sexta-feira, 27 de maio de 2011

Paul... here, there and everywhere!

O universo está sempre à nosso favor, não importa o que aconteça. “Obrigada Universo” foi a máxima de uma viagem que só veio para acrescentar, mesmo que a subtração de alguns itens e sentimentos tenha se feito presente.

Uma viagem feita de números, setas, bolos e sentimentos. Memórias, recordações e histórias. Se alguém me dissesse em meados de 2008 que 3 anos depois eu faria uma viagem simples porém memorável, que ficaria marcada pra vida com aquela garota de adjetivos intensos, que chegava com sua bolsa a tiracolo e seu humor peculiar de carolinas – assim mesmo, com letra minúscula – eu duvidaria. Até porque, naquele momento, Paul era outro. Era um que tinha uma ou outra música boa, mas tinha aquela música que eu não gostava. Era aquele que fez parte de uma fase intensa da minha vida, que formou grande parte do que meu coração é hoje, mas era apenas Paul.

A vida – sua caixinha de surpresas – se encarregou de tudo sozinha, eu fui só acompanhando o ritmo da trilha que ela fez pra mim. Começou com o fundo musical de uma guitarra e alguns acordes, entoando a música do meu nome. E me levou pra casa deles, daqueles quatro que me embalaram aqui, lá, em qualquer lugar, mostrando que nada mudaria meu mundo e que alguma coisa em mim era especial. E eu percebi que há muito mais tempo eles estavam lá, me dando aquela força para que eu pudesse superar qualquer coisa (meus amigos). Logo eu me vi embalada e seduzida, encantada...

Veio o filme, uma nova música especial só dele, que só me lembrava o Paul (aquela outra ele nem canta mais...), e com esta nova canção, um novo sentimento de amor – ou vício, ou apego. Mas essa Paul McCartney insistiu que ele não toca na turnê “Up and Coming”. Aliás, o nome dessa turnê casa com as coincidências que o destino (aquele que eu teimo em chamar de esotérico) gosta de me colocar.

Foram 3 dias de viagem. Rio de Janeiro com cabeça no colo, bolo itinerante, praia com frio, sotaque e uma sensação que eu sempre neguei. Foi no dia que Paul cantou para meu coração – ele disse “deixa estar” – eu tive a resposta que eu precisava, há tanto tempo. Uma resposta que me deixou feliz e me libertou, uma canção simples que ao som do coro de 45mil pessoas, se fez mais que ouvida; sentida. Foi quando Paul disse tchau e eu, novamente, disse oi para ele, eu vi que nunca é o fim. Foi quando eu vi que toda musica que Paul canta é para mim – ou ele interpreta muito bem. E quem é que resiste ao charme de seus suspensórios e seus traços incontestáveis de um eterno Beatle?

Foram 3 dias ainda de uma relação de amor com o Rio de Janeiro. Me sentia carioca, uma exemplar garota de Ipanema, meus olhos brilhavam a cada passo que dava naquele lado da cidade maravilhosa. Uma relação de amor unilateral: foi quando duvidaram do meu bolo que eu vi que o Rio é o Rio. E que eu sou eternamente paulista, com meu "s" e "r" bem do meu jeito - que pode mudar, só se eu quiser...

Fica Paul, vai ter bolo!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Get Back

De novo, ansiosa.

Aliás, sempre ansiosa, mas sempre de maneira sutil. Desta vez não, a ansiedade é dupla, tripla.

Um show apenas, nada demais. Um show já visto antes, na mesma turnê, mas que por motivos de excesso de adrenalina - e dela,  de ocitocina - eu não consigo lembrar de detalhes. Eu estava tão eufórica que só lembro do macro. Lembro das lágrimas, lembro do coração se aquecendo, lembro da chuva, dos vídeos gravados e da sensação de que aquilo era um pedaço da minha banda favorita, aquela que toca todas as músicas que eu preciso pra montar a minha trilha sonora.

Mas dessa vez não haverá vídeo, não haverá chuva também, São Pedro prometeu. Dessa vez a companhia é inédita, é de matar a saudade de muitas coisas, e de descobrir momentos novos.

O novo. Eu preciso do novo, e não do de novo. Ansiosa pra saber quando me abrirei ao novo e abandonarei a mesmice e a falta do de novo.

De novo, Paul.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cartas na mesa

Eu cismei que queria aprender pôquer. E numa viagem, que por definição quanto mais pessoas numa mesma viagem, maior a probabilidade de chuva, aprendi todas as regras.
Mas nunca soube jogar.
Sei as regras, mas descobri que só isso não basta. Tem que saber blefar. Saber apostar. Saber arriscar.
Mas alguém sabe perder? Sabe me ensinar a perder? Porque se eu não souber como vai ser quando perder, como terei coragem de arriscar? Como colocarei todas as cartas na mesa se eu não souber o que acontece quando eu tiver que deixar a mesa?
Como eu vou me sentir? Me olharão? Sentirão pena, desprezo ou é tudo mesmo só um jogo, e em breve eu estarei sobre o veludo verde novamente?
Acho que é por isso que eu tenho tanto medo de arriscar e jogar. Medo de não saber viver nas regras do pôquer. Medo pela quantidade de interrogações que eu coloco antes mesmo de as cartas serem distribuídas.

E pelo simples medo de perder com as cartas boas que tenho em mãos, me calo com um par de ases.