quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Da minha forma, à sua espera

Muito acontecendo, pouco para contar, muitos devaneios, mais do mesmo, o mesmo e mesmo assunto rondando minha cabeça. Promessas, progressões e projetos indo e vindo. “Estou de dieta”, “parei de beber”, “vou economizar dinheiro”. Todas essas não sou eu.
Eu sou aquela que recebe pequenos escritos e para pra pensar. E devaneia, e escreve em cima de palavras alheias. E para de novo pra pensar. E sorri.
A base do texto abaixo eu recebi por email, e para cada procura, o meu caminho, a minha forma de pensar, o meu querer. O meu devaneio.

Procuro doçura. Um encaixe de abraço. E de alma.
Dormir de conchinha, mãos dadas, mãos no peito. Um beijo de criança, molhado, babado, um cabelo de tigela e um giro embaixo da árvore.

Procuro constância. Um encontro de cérebros. E de covinhas.
Piadas, muitas piadas. Nomes, momentos, discussões de pontos de vistas sobre o mundo, análises da vida e projeções para o futuro. Um sítio com pé de amora.

Procuro coragem. De sentir o que há pra sentir. De encarar os tropeços e os sustos. E gargalhar quando der na louca. 
Falar a verdade, agir com verdade, assumir culpas, erros e amores. Trocar a pista pela estrada. O texto do email pelo som das palavras ditas.

Procuro encanto. Por um par de olhos. Pela magia das coincidências.
Tons de azul, de cabelos e toques.

Procuro surpresas. Como chamados inesperados. Como chegadas repentinas.
Um ícone de mensagem em meu celular. Uma foto. O olhar de satisfação.

Procuro tesão. Por curvas perigosas. Por segredos insondáveis.
Palavras, jeitos e toques (os toques). A pele, a mão no cabelo, a mão nas costas, a mão. A palavra.

Procuro urgência. De estar junto. De estar perto, mesmo que longe.
Estar, querer, ficar, falar. Menos verbos, mais conjunções entre mim e você.

Procuro brilho interno. Que transparece no sorriso. Que cintila no silêncio.
Olhos. Os brilhos internos escapam pelos olhos, sejam eles da cor que for.

Procuro liberdade. De ser assim. De ser feliz.
Liberdade de querer estar junto. De escrever o que for, ler o que for, ter apenas uma coisa.

Procuro entrega. Com direito a colo verdadeiro. Com a regalia de um cafuné avassalador.
Um suspiro, do fundo do peito. Um beijo na testa.

Procuro luz. Que me ilumine. Que não me cegue.
Meia-luz. Mais nada.

Procuro carinho. Uma piscadela secreta. Um apelido infantil.
Mais nada.

Cadê você, meu bem?
Nada.

Fonte: Pequenos Escritos - Paula Pfeifer| www.sweetestpersonblog.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

(Não) Aprendi

Seja por William Shakespeare (ou não), seja por qualquer autor que internet nomeie... seja pelas palavras bonitas, seja pelo desabafo, seja para aprender como levar a vida mais ou menos a sério.

Seja para saber o que eu de fato aprendi. E o que eu preciso – e muito – aprender.

“Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi...Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sente.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;
Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Menos que mil palavras

Uma imagem. E só.

É o que eu tenho, e é nisso que me apeguei. E com tanta força que não consigo mais desvincular o meu eu e o meu querer desta imagem. Que aliás não é uma imagem, é uma ideia, um padrão, um conceito de vida que eu tomei por correto há algum tempo. E que outrora já me derrubou. Foram anos sustentando uma ideia, procurando alguém que não existia em outro alguém que não era o mesmo. Uma confusão de eus, tus e eles que só a mim machucava.

Eu me apaixono por ideias, por ideais. Me apaixono por palavras ditas em diálogos feitos na minha cabeça, durante minhas corridas semanais. Me apaixono por olhares dados em nanossegundos que não são direcionados à mim, mas à personagem que eu carrego. Me apaixono pelo protagonista de uma história que eu invento durante o banho, no momento mais criativo do meu dia.

E essa paixão se fortalece alimentando-se dos meus sonhos e se aloja no lado criativo do meu cérebro, montando de acordo com as informações que precisa aquilo que eu julgo perfeito. A paixão só não foi capaz de definir a forma, o modelo e o porte de toda esta idealização. Jogou em mim esta responsabilidade, eu que mal sabia o que fazia quando coloquei uma cor, um rosto e uma forma nisso tudo.  Juntei informações distintas e coloquei na mesma receita: um rosto, um sentimento, um ideal de beleza, de vida. Coloquei algumas pitadas de piadas internas, um cheiro bom e voilá! Meu veneno estava pronto.

Bebi acompanhado de uma boa dose de tequila para sustentar aquela personagem.

E a imagem... alterna entre vívida e esparsa, vem e vai em sonhos se tornando cada vez mais amena e carregando cada vez menos significados.

Talvez seja apenas o efeito da tequila, talvez seja a dose diária de realidade...

Talvez isso passe.