segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A matemática do Ano Novo

Dia 01 de janeiro do ano de 2010, nos seus primeiros minutos, em meios a fogos, bebidas e sorrisos, escutei um amigo – novo amigo, como muitos outros feitos nesta viagem – dizer a célebre frase, que me acompanhou durante os últimos 361 dias: “2010 VAI SER 10!”.

Eu estava em Balneário Camboriú, numa viagem feita de última hora e que me rendeu tantas histórias. Depois destes minutos, as horas seguintes foram um borrão, que se encerraram numa cena hilária: eu tinha 8 pirulitos de coração presos ao meu vestido branco. Detalhes à parte, foi tudo como prometido: um lugar legal, vestido branco, cabelos soltos e muita risada.

E assim passou o ano, como a frase dizia, de forma que não poderia ser melhor... uma vez me disseram que aquilo que acontece na virada do ano, acontece o ano todo. E não foi que a Catarina entrou de vez na minha vida? Foram cenas engraçadas, desesperadas, envergonhadas... Foi um ano festivo, pessoas novas, paixonites que foram e voltaram, novas conquistas, uma grande benção na vida... E eu, sempre agradecendo a cada Ano-Novo da vida, exatamente como aprendi a fazer recentemente...

Foram momentos de paz. Mais um ano de bem com o reflexo do espelho, com a luz dos olhos, com a cor da aura. Foi um ano de aprender – e finalmente entender – que as pessoas vêm aquilo que mostramos como mostramos. Foi ano de franja, de cabelo preto que se tornou loiro, ou médio ou longo, sobrancelhas finas ou grossas, unhas coloridas, cintura alta, salto alto... Foi um ano de cremes e perfumes, de vaidade e autoestima.

Foi uma época de libertação. Aprendi a dividir minha história em duas, separei as experiências boas e ruins e coloquei em duas caixas de cores diferentes, que alcanço com a mesma facilidade mas nem sempre com a mesma vontade. Foi um tempo de aprender a lidar com a mágoa e entender que ela só passaria se eu a aceitasse, e aceitasse que o que aconteceu foi muito mais comigo, não só com os outros. Quando eu abri meu coração, em pouquíssimo tempo a mágoa, a dor, o sofrimento que eu tanto evitava, entraram e fizeram seu papel no meu amadurecimento. A mágoa se esvaiu, a dor passou e o sofrimento virou história de mesa de bar. E o melhor de tudo isso foi, depois de tanto tempo, ter boas lembranças e agradecer por isso. Sempre agradecer.

Foi um período de comprometimento. Com as finanças, com a casa, com a saúde. Tantas coisas mudaram. Finalmente fiz as duas coisas que pareciam mais difíceis e hoje, são imperceptíveis na vida: abolir a carne vermelha e o refrigerante. O resultado foi incrível: uma sensação de eu não tenho mais problemas em conseguir o que quero. Um copo de coca-cola e uma fatia de bife que para alguns representa a gula, para mim representa a simplicidade de uma decisão. Que não tem a menor pretensão de ser definitiva, mas sim que perdure enquanto haja vontade.

Foram muitos carimbos. Carimbos no passaporte, vistos e viagens a passeio e a trabalho. A viagem da realização de um sonho ("if I can make it there I can make it anywhere"), viagem de encantamento, de trabalho, de cultura, de diversão, de compras. Tantas compras. Foi também o ano do carimbo na famosa carteira azulzinha, o trabalho conquistado com todo esforço, por todos os anos de empenho e estudo. Foi este carimbo que pagou todos os outros!

Foi um ano inteiro de fé e de promessas. Foi um ano inteiro cumprindo a promessa mais bem paga da vida. Para aqueles que não acreditam, que não julguem a força do nosso universo. Eu vi o sofrimento, a dor e a perda caminhando ao redor da minha família. O câncer, com toda seu poder de destruição, sendo derrotado por um simples sorriso, pelo otimismo e pelo amor. Eu vi a cura, a esperança e a força. São elas que me rodeiam - e rodeiam minha família – agora.

Uma vida de aprendizado, com amigos, velhos e novos, que ouviram e foram ouvidos, que brindaram, viajaram, brincaram e riram comigo. Foram chats de emails, conversas de bar, de carona, de noite, ao telefone, msn, na hora do almoço, nas horas vagas e nem tão vagas. Foram lições, foram enquetes, conselhos, broncas, verdades, elogios e carinhos na alma. Eu fiz um milhão de amigos em apenas dezenas deles.

Sim, 2010 foi 10. Mas todo mundo sabe - e até a tal cartomante disse – que 11 é meu número. E eu sei que neste ano eu terei mais paixões, mais amigos, mais sucesso, mais felicidade. Eu sei que novos obstáculos virão, serão enfrentados e vencidos. Novos objetivos serão traçados e eu vou fingir que vou segui-los fielmente, até que na próxima semana eu mude de ideia e ache algo mais interessante pra fazer. E que, no fim, aquele objetivo lá de trás vai ser conquistado e comemorado por mim, pela família, pelos amigos, gatos, amigos dos gatos...

E por isso, 2011 será... 11?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu sou de alguém

Devaneios, devaneios, devaneios... entre viagens, trabalhos e compromissos, tenho tanto semi-escrito, guardado esperando um ímpeto de inspiração... E, quando a danada (a inspiração) me falta mas sinto que preciso falar, tirar o preto velho das costas, devaneios alheios suprem parte dessa necessidade... E, na hora certa, recebi um texto tido como de Arnaldo Jabor. Se é ou não, “whatever”, o importante é que serviu como uma luva para aquilo que tem habitado meus pensamentos ultimamente...

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara:

"eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".

No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação".

Agir como tribalista tem consequências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém.

Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair muitas vezes com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc. Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram.

Ficar, também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando.

Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como se deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas.

Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçados, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.

Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter "alguém para amar".

Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem na maioria das vezes a ideia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição.

No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer".

Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as licões que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.

Podemos aprender a amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer.

É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins. Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é ao mesmo que não ter ninguém também... é não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e a tão temida solidão...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Entre o caso e o acaso

Se a vida fosse baseada em teorias, não há discussão que seria mais fácil. E mais clara. Seria mais conciso viver no sim e não, sem o talvez. O tempo não passaria tão rápido se a gente não o utilizasse divagando e procurando significados nas entrelinhas.

Os matemáticos liderariam o mundo. Os pensadores fariam trabalho voluntário. Os administradores, vendedores, compradores... todos estariam em casa a tempo para o jantar. Os negociadores e advogados não existiriam. E eu... não teria um blog.

Odeio tentar decifrar coisas, pessoas e equações matemáticas. A teoria do acaso acabou com minha linha de raciocínio lógico...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As cores do mundo do meu quarto

Ontem eu ouvi: "inspira azul, expira vermelho". E parei pra pensar em cores... que preto emagrece, que o mundo é cor-de-rosa, que mentalizamos lilás, que o horizonte é azul, a paixão é vermelha e um sorriso pode ser amarelo.

Meu quarto é cor-de-rosa. Pra me lembrar que o mundo é a extensão do meu quarto. Meu quarto tem 30 porta-retratos dos meus melhores momentos. Pra me lembrar que o mundo me vê da maneira que eu me enxergo. Meu quarto não suporta estar bagunçado, jogo tudo dentro do armário. Isso mostra que minha aparência esconde a bagunça que existe dentro de mim.

Meu quarto é reflexo de mim, do meu comportamento, das minhas escolhas e do meu jeito de ser. Por consequência, o mundo é extensão de mim, do meu comportamento, das minhas escolhas e do meu jeito de ser. Mas isso... bom, isso não é só uma teoria e nem é desconhecido, muitos ditados já o dizem. "Fazer o bem para atrair o bem" ou "Pensamentos tomam forma" ou até mesmo "você é aquilo que você come" fazem jus à esta máxima. E há tempos eu insisto que meu mundo é cor-de-rosa.

E “as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam”, diria Cartola. Por isso, eu apenas vivo, deixo que minha cor, meu número, meu cheiro, me sigam. Deixo pensar que o mundo que me guia enquanto eu que guio o mundo. As rosas, o rosa, a rosa, sempre farão parte da minha vida, mas enquanto o mundo dá suas voltas e me mostra o caminho que eu já tracei, eu vou mentalizando lilás, me apaixonando vermelho, usando preto, viajando em busca do horizonte azul e afastando os sorrisos amarelos.

E você, qual é sua cor?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

16 Things It Took Me Over 50 Years To Learn

By Dave Berry, on the event of his 50th birthday

  1. Never, under any circumstances, take a sleeping pill and a laxative on the same night.

  2. If you had to identify, in one word, the reason why the human race has not achieved and will never achieve its full potential, that one word would be "meetings."

  3. There is a very fine line between "hobby" and "mental illness."

  4. People who want to share their religious views with you almost never want you to share yours with them.

  5. You should not confuse your career with your life.

  6. Nobody cares if you can't dance well. Just get up and dance.

  7. Never lick a steak knife!

  8. The most destructive force in the universe is gossip.

  9. You will never find anybody who can give you a clear and compelling reason why we observe daylight savings time.

  10. You should never say anything to a woman that even remotely suggests that you think she's pregnant unless you can see an actual baby emerging from her at that moment.

  11. There comes a time when you should stop expecting other people to make a big deal about your birthday. That time is age eleven.

  12. The one thing that unites all human beings, regardless of age, gender, religion, economic status or ethnic background, is that, deep down inside, we ALL believe that we are above average drivers.

  13. A person, who is nice to you, but rude to a waiter, is not a nice person. (This is very important. Pay attention. It never fails.)

  14. Your friends love you anyway.

  15. Never be afraid to try something new. Remember that a lone amateur built the Ark. A large group of professionals built the Titanic.

  16. Men are like fine wine. They start out as grapes, and it's up to the women to stomp the crap out of them until they turn into something acceptable to have dinner with.

(Li este texto a primeira vez em Minneapollis, fev09, em uma lanchonete chamada Jimmy John's. Estava emoldurada na parede, assim como muitas outras frases. Guardei durante algum tempo, mas hoje, na ansiedade de uma viagem esperada cada vez mais próxima, ando muito nostálgica para escrever minhas próprias palavras. Com receio de qualquer texto virar um manual do indivíduo sob efeito de prozac, prefiro divulgar devaneios alheios.)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Análise dos primeiros encontros: perspectiva masculina

Sou solteira. E todo mundo sabe. Mas já estive em relacionamentos e digo com propriedade: namorar engorda, ser solteiro empobrece. Para cada estado civil, há seus prós e contras, no inverno e verão, em eventos e cinemas. Nada como ser solteira na balada, nada como ter um colo no cinema...

Já tem algum tempo que eu recebi um dos melhores emails da minha vida, aquele que prova por A + B porque as mulheres NÃO devem pagar a conta do restaurante. É tanto tempo, preocupação e até mesmo dinheiro investido que nada mais justo que sair e não se preocupar também com a fatura do jantar. Ou motel, ou onde quer que dê o encontro. Cada um, cada um...

Mas eu tenho esta tendência a analisar e tentar ser o mais imparcial possível: parei pra pensar no lado masculino da coisa. Quão difícil, caro e inacessível é para um homem ter um encontro com uma mulher? Comecei idealizando um encontro tido como perfeito:
"Uma garota está num bar e um elegante, inteligente, bem-vestido e perfumado homem se aproxima e oferece a ela um drink. Após muita conversa, eles trocam telefones. Eles trocam SMS no dia seguinte, ele liga e marcam um encontro a dois. Ele a pega em casa, em seu carro, a leva para jantar num restaurante agradável. Após conversas e risadas, o clima esquenta e a garota, adulta que sabe o que quer, aceita prolongar a noite num lugar mais íntimo. Lógico que o lugar deve ser de qualidade e que a impressione. Após uma noite memorável, um café da manhã sela o encontro, ele a leva para casa e, dependendo do interesse (geralmente dele), o caso segue adiante."

Então, um homem TEM NECESSARIAMENTE que dar o primeiro passo. Parece fácil, mas eu não consigo. Todas as vezes que dei o primeiro passo me dei mal. E nem todo homem é assim autoconfiante. O que sobra para os tímidos? E o repertório? Porque, sim, mulher é exigente. Qualquer cantada mal dada, chance perdida. Mais uma: impera a lei do não. Não existe homem além do Brad Pitt que pontue em todas as tacadas. Logo, é a mesma ladainha over and over até levar alguém no papo. Autoconfiança E perseverança. Finalizada esta etapa, tem o então encontro. Concordo que mulheres fazem disso um evento muito maior que os homens. Calça, camiseta (fica a dica: homens, nós mulheres achamos muito mais interessante desabotoar uma camisa a despir uma camiseta de algodão com estampadas de números. Empenhem-se!) e sapato. Banho, uma borrifada de perfume e voilá! Mas... nós, enquanto ficamos tensas e quase tendo um AVC de tanto nervosismo, estamos nos trocando, maquiando, emperiquitando. Eles não, estão no carro a caminho, passando todos os pontos dos movimentos, o que falar, onde levar. O homem é culturalmente feito para pensar na parte prática do encontro. O que, pra mim, é muito pior.

Ok, agora vamos aos cálculos - muito por alto:
- Vestuário que chame a atenção: R$500
- Bom perfume: R$300
- Kit Barba, cabelo e bigode (a não ser que vc seja o cara e arrase mesmo com barba): R$30
- Entrada num bar da moda: R$80
- Drink: R$20
- Gasolina: R$50
- Jantar: R$150
- Motel de qualidade: R$200
- Camisinha: R$10
Total: R$1140,00

Ainda, os fixos:
- Investimentos em cultura e assuntos aleatórios: Incalculável;
- Academia: R$200 mensais - só se sua genética for perfeita elimine;
- Celular tecnológico que impressione: R$1500 (pós-pago por favor, ou some os créditos gastos nas ligações e SMS - e não conte que tem um celular pré-pago);
- Carro: R$40mil - afinal dizem que a beleza da mulher se mede pela marca do carro do homem que a acompanha...e olha que minha autoestima hoje está abalada.

E o cara, de quebra, deve ser bonito. Lógico!

Aí, vem umazinha e diz: “Falta homem no mundo!” Sim, falta. Nesta perspectiva, limamos a possibilidade de ter um novo relacionamento à décimos de porcentagem. Afinal, calculando, um cidadão que gaste cerca de R$ 500 em uma única mulher não ganha menos de 10 salários mínimos – ou é burro, e isso também não queremos. Queremos bonito, endinheirado, bem-vestido, perfumado, culto, educado, compreensivo... Pior é que nem dá pra eliminar nada desta lista... se não for bonito e tiver todo o resto somos putas. Feio e pobre com as características restantes são amigos. Do bem-vestido adiante, homossexuais.

Este devaneio me fez dar um pouquinho mais de valor à ala masculina. Afinal, anos e anos se passaram, mas ainda, eras depois, dezenas de sutiãs queimados depois, calças e camisetas substituindo espartilhos e anáguas depois... tudo em que tenho que me preocupar é em mostrar meus atributos e preparar meus longos cabelos para que o homo sapiens mais corajoso e forte venha até a mim e me cace como nos velhos tempos...

Ah, o famoso email citado: Porque os homens devem pagar a conta

PS: Analisando tanto a percepção masculina e feminina em relação aos encontros e paqueras, me pergunto porque tantos casais terminam, traem, se divorciam e são tão ansiosos em retornar para o "mercado" dos solteiros... Vida difícil.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

T-minus 30

Em num lapso de inspiração, numa entressafra de coisas boas a serem citadas, escrevo sobre músicas. Ou sobre autoestima, e então apago e recomeço. Falar sobre autoestima é fácil, difícil é mantê-la nas alturas. E toda vez que vem a inspiração, é em algum período ou assunto crítico, e eu não gosto de falar de emoções negativas, embora estas sejam mais fáceis. Quero falar sobre amizade, amor, música e fatias de pizza. Mas estes assuntos corriqueiros do dia-a-dia perdem seu brilho quando o corpo e alma não estão em sintonia.

E não, não estão. Meu corpo está num período de festas e badalação. Minha alma quer colo. Meu corpo sofre as consequências de uma rotina boêmia de bares, festas e baladas de sexta, sábado e até mesmo aos domingos - e ainda assim pede mais. Minha alma quer calma, quer carinho, quer desunir o pôr-do-sol visto no interior ao alarde do melhor festival de música.

Eles querem coisas distintas, mas eu sou uma só e não os comporto mais nestes conflitos de quereres e sentimentos. Eu quero dominá-los. Vejo um pouco de "Benjamin Button" na minha história, vejo que a minha linha do tempo ficou um pouco confusa, comecei adulta e estava me tornando mais e mais jovem e inconsequente conforme - em tese - amadurecia. Mas esta fase de compensações passou. Sim, eu digo: não tenho mais idade pra isso.

Neste exato momento, após muito aproveitar, retiro minha armadura e me dispo para a verdade. Esta fase de adolescência inversa acaba exatamente HOJE, e parto para uma nova busca. Meu alter-ego de Catarina reserva-se para ocasiões dispersas. Quero conhecer meu lado adulto. Quero outros sábados à noite, outros finais de tarde, outras manhãs de domingo.

Quero investir: mais em mim, mais no mundo, mais no futuro; e menos, muito menos tempo em sentimentos pequenos e mesquinhos, em buscas desnecessárias ou em pessoas em vão.

Quero amar: amar sem receios, de forma madura e segura, intensa e terna. Quero amor de mãe, amor de filho, amor de gato, amor-próprio. Quero um amor onde não haja conflitos entre a menina e a mulher que existem em mim.

Quero mostrar: mostrar que meus melhores atributos não são quantas tequilas ou temakis eu posso consumir, quão rápido eu posso dirigir ou quão alto meu salto pode ser. Eu também gosto de quartos limpos, o cheiro da minha comida atrai vizinhos e a minha cultura geral vai além das conversas de boteco.

Quero mudança: quero o cartão de crédito com menos itens em "Restaurantes" e "diversos" e mais em "viagens", "cultura" ou "investimentos".

Quero muito, mas porque eu tenho muito. E é por saber disso que me tornei tão exigente a ponto de saber quando e como querer.
Quando começar e quando terminar.
Quando ir e quando voltar.

HOJE começa meu inferno-astral.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu quero uma casa no lago

Faz tempo que to devaneiando, ensaiando palavras pra desabafar, escrever, compartilhar... poderia me definir na clássica imagem de uma mesa, um caderno e muitos papéis amassados ao redor, com palavras e idéias deixadas de lado. Mas não, eu uso o notepad pra escrever mesmo. Logo, a imagem é uma caixa de avisos do Windows, onde eu não salvo e vou devaneiar na vida real.

Sem inspiração pra escrever, este final de semana, entre engovs, chás gelados e muita água, assisti um filme especial - 3 vezes - que colocou todos os meus sentimentos de solteira convicta à prova: A Casa do Lago. O filme nem é atual, é de 2006, mas por algum motivo que eu não entendo - ou entendo segundo minhas teorias - não havia assistido antes. Filme lindo, um enredo emocionante com trilha sonora envolvente. Aliás, qualquer trilha sonora que envolva Paul McCartney só pode ser no mínimo de arrancar lágrimas até mesmo da mais forte das criaturas. Eu, que choro com propaganda de Dia dos Pais das Casas Bahia, me debulhei em lágrimas por 2 dias seguidos. Claro, com duas noites seguidas de festas e comemorações (Essa Catarina arrasa...) entre eles.

E, quando devaneio mas não encontro as palavras certas, nada melhor que uma música, que faz parte da trilha sonora do filme em questão (no link o trailer do filme), afinal, às vezes uma única música expressa muito mais do que mil devaneios...

Somewhere Only We Know
Keane
Composição: Tom Chaplin


I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river and it made me complete

Oh! Simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place, we used to love
Is this the place that I've been dreaming of

Oh! Simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

So If you have a minute why don't we go
Talking about that somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
(Somewhere only we know)

Oh! Simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

So If you have a minute why don't we go
Talking about that somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
So why don't we go

This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A cartomante

Segunda-feira fria. A cabeça já mal antes mesmo do trabalho. Ideias, planos, problemas. Divagações. Uma amiga me diz que irá visitar uma cartomante, que no passado ela já acertara muitas coisas da vida dela. “Taí” - pensei comigo, “Eu vou também!”

A primeira e única vez que tinha me aventurado nisso foi há alguns bons anos, adolescente ainda, com uma amiga da família, no interior do estado. Lembro bem que, na ocasião, a vidente disse que eu me veria em breve em dúvida entre um loiro e um moreno. Tempos depois, comecei a namorar com o único louco que se dispôs. Logo, não houve a dúvida. Ela disse também que os problemas financeiros seriam passageiros. Hum.

Procurei não pensar no assunto durante todo o dia, já que eu não sabia bem o que queria descobrir. Afinal, nada melhor que o elemento-surpresa! E se as respostas não fossem as esperadas? E se houvesse más notícias? Medo... Mas fui. Chegando lá, imagine-se num estúdio de tatuagem, esperando sua vez para tatuar algo que você ainda não tem muita certeza. Ou, melhor ainda, a primeira na fila de uma atração de um parque de diversões, um misto de ansiedade e medo, um “alguém me tira daqui!”, “quero descer!” ou “o que eu estou fazendo aqui?”. Era mais ou menos assim que eu me sentia.

Chegado o momento, sentei diante de uma mesa esotérica, a simpática Roseli me atendeu com um largo sorriso, uma simpatia que mesmo assim não foi suficiente para quebrar toda a armadura que eu tinha cuidadosamente planejado.

Nome completo? Começamos com a numerologia, que eu gosto bastante. Falamos o quão escorpiana eu sou, o quão pisciana por ascendente demonstro ser, sobre a real (e não só imaginável) força que o 11 exerce na minha vida, a espiritualidade carregada, a intuição e o imediatismo, mas que de fato eu sou um 7. Na data e no nome, em todas as somas. Entretanto, a numerologia se mostrou contra todas as minhas vontades, me mostrando verdades (???) inaceitáveis que eu custo em acreditar. E esta verdade rodeou toda a consulta, me mostrando como sim, a vida É uma caixinha de surpresas.

Enfim, o tarô. As cartas comprovavam os números, iam de acordo com ele. Cartas estas que por diversas vezes me deixaram boquiaberta. Eu não falava, mas as cartas sim. Elas intuitivamente me respondiam antes de eu sequer perguntar. Elas sabiam de mim. Minhas maiores questões foram colocadas à prova, meus maiores receios, segredos, mágoas, reveladas de mim para mim. Duas cartas se fizeram presente: o Louco e a Imperatriz. O que elas querem dizer? Não sei bem, mas mostrou que eu sou a dona da minha vida, dominante e que eu tenho um destino a cumprir, longe talvez. Destino bom, meu otimismo continua afirmando. As cartas só o confirmaram. Já mais à vontade, enfrentei algumas questões mais profundas e práticas, como família, vida, carreira, filhos, saúde. A cada pergunta, meus pés ainda trepidavam sob o banquinho, tensos e ansiosos por uma resposta negativa com minhas expectativas. Mas já que eu estava lá, que fizesse bem-feito. Por fim, a orientação do tarô: liberte-se! Não se sobrecarregue com problemas alheios e jogue mais para o universo aquilo que não se pode resolver.

Bom... posso dizer que esta sessão do desconhecido funcionou como uma excelente terapia. Pude enxergar mais sobre mim, me sentir mais forte e otimista, continuar sonhando e planejando com a certeza que dará certo. Se as cartas funcionam, se eu acredito? Ainda não sei. Mas acredito que a gente move nosso universo, nossas energias tomam formas e se concretizam em ganhos ou perdas, depende de nós construir à nossa volta um ambiente favorável às nossas ambições, desejos e crenças. Acredito que minha própria energia moveu aquelas cartas, assim como minha energia me levará onde quero, como quero e com quem eu quero.

E que meu mundo é sim cor-de-rosa! Porque eu assim o quero.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ligar ou não ligar - devaneios de solteira

Uma festa, uma sagrada sexta, um bar, caipisaquês de lichia, minha então eleita bebida favorita no meu então eleito bar favorito. De uma cena improvável, conheço um moço bonito. Festa afora, duas pessoas insanamente alcoolizadas se beijam e a festa vai indo. No fim, meu novo eu ainda no salto (sempre), com novos amigos e muita - muita - risada. A noite acaba bem, até onde eu conseguia me lembrar.
Dia seguinte, uma música solta um flash em minha memória e eu ligo para a "partymate" pra relembrar os bons momentos. E ela me lança: "Adorei o fulano, tomara que ele te ligue!". Mas... eu não dei meu telefone. "Eu dei!".
Pronto. E tudo que estava indo tão bem, comecei a pensar na maldita ligação. Que ocorreu no dia seguinte. Eu particularmente ODEIO estas ligações de moços de baladas. Não tem assunto. Você conhece o cara em 2 horas e ele te liga. Não sabe onde ele mora, o que ele faz, o que ele gosta, se o signo bate, se o santo bate...
O moço liga, estou eu no provador de uma loja numa tarde de domingo, focada no modelo da calça jeans. E eu, que não sei prestar atenção em duas coisas ao mesmo, ligo o piloto automático para ambas as ações. Blablabla, "vou te ligar na semana para a gente sair ok?", ele diz. Ok, combinado...
E, nunca mais ouve-se falar no moço.
E eu tento entender: eu não tinha dado meu telefone, eu não esperava nada. O moço pega meu telefone de uma terceira pessoa, liga uma vez, fala que vai retornar e não retorna! Pra quê este trabalho todo se não ia ligar? Porque atrapalhar o curso da minha vida esperando uma ligação que eu nem esperava atender?

Bom, passada mais de uma semana, o celular continua mudo e a vida continua. E eu continuarei sem dar telefones, a não ser que amigas assessoras o façam.

E, sempre mentalizando um mundo melhor, continuo tentando entender os homens...

sábado, 12 de junho de 2010

Girls just wanna have fun!

Ontem eu saí. Tava frio num nível de sensação térmica 0C mas eu saí. Lembrei dos tempos em que a gente saía em Londres com saias espetaculares, saltos absolutos e maquiagem estonteantes, todos envoltos pelo efeito cebola de 3 blusas, cachecol, meia-calça, luva, gorro e casaco. Saíamos de ônibus e metrô e juro que ainda assim era mais quentinho... Aliás hoje eu acordei com essa sensação, que eu sinto mais frio aqui que lá...

Enfim... ontem eu saí com a amiga mais "pegadora", aquela que não fica sem score e é simplesmente natural dela. E eu, bom, tentei pegar um pouco do mel dela. Em vão. Véspera do Dia dos Namorados, a balada lotada, a banda acabou e simplesmente houve uma debandada dos casais. Sobraram apenas os evidentemente solteiros. Um clima de desespero no ar, mal conseguia andar sem que alguém parasse pra falar comigo. Comecei a sentir vergonha alheia das poucas mulheres no bar que se atiravam em pessoas estranhas cada uma em seu modo. Naquele momento eu abandonei a firme idéia de parar de beber e me meti numa Margarita.
Confesso que sim, havia alguns homens bonitos e simpáticos, mas me incomodava o fato de saber que - mais do que qualquer outro dia - o objetivo final da noite de todos eles era evidente. Por isso, adentrei numa bela dose de tequila e foi quando o devaneio começou...

Estava dançando, curtindo, bebendo, rindo... logo, me divertindo, mas sempre vinha um com a clássica "eu-não-acredito-que-um-mulherão(odeio...)-como-você-não-tem-namorado" e suas variações. É muito pedir para um homem entender que existem mulheres que QUEREM estar sozinhas? Mais que isso, que precisam estar solteiras por uma fase pra saber que existe vida fora de um relacionamento? Cada um com sua experiência, mas eu namorei tanto tempo, comecei tão nova que esta fase solteira pra mim é imprescindível. Fazer tudo que gosto, estar sozinha, simplesmente levantar, dar a louca e ir ao cinema sozinha ou correr no parque sem avisar ninguém. Melhor ainda, sair, se sentir bonita, cobiçada, conversar com N caras na balada e não beijar ninguém, ou beijar um, ou beijar todos...

Eu admito que eu sou Amélia sim, futura mãe de família, com 3 ou 4 filhos, gatos e cachorros, sítio com pé de amora, carro utilitário e cozinha anos 50. E que eu gostava de namorar, de curtir um romantismo, dormir de conchinha. Era bom sim, mas até a futura mulher de capa da Revista Amélia surgir do alto de sua brilhante carreira, eu vou vivendo minha vida de solteira e adorando isso, curtindo o final dos vinte e poucos pra entrar nos trinta com muita história pra contar, experiências, cicatrizes (fisícas ou emocionais, tanto faz) e coleções e mais coleções de devaneios como este.

Por fim, a música que deu início à toda esta conclusão, enquanto uma caprichada dose de malibu acostava-se em minha mesa:

Cyndi Lauper - Girls Just Want To Have Fun

I come home in the morning light
My mother says when you gonna live your life right
Oh mother dear we're not the fortunate ones
And girls they wanna have fun
Oh girls just wanna have fun

The phone rings in the middle of the night
My father yells what you gonna do with your life
Oh daddy dear you know you're still number one
But girls they wanna have fun
Oh girls just wanna have--

That's all they really want
Some fun
When the working day is done
Girls-- they wanna have fun
Oh girls just wanna have fun

Some boys take a beautiful girl
And hide her away from the rest of the world
I wanna be the one who walks in the sun
Oh girls they wanna have fun
Oh girls just wanna have

That's all they really want
Some fun
When the working day is done
Girls--they want to have fun
Oh girls just want to have fun,
They wanna have fun,
They wanna have fun...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Analogias

Não encosto a tesoura no meu cabelo há uns bons meses, aliás desde o ano passado. Está comprido, porém repicado, fashion, preto como nunca. E ah como quem me conhece sabe o mimo que tenho com meu cabelo. Gasto horas por dia com ele, penteando, alisando, adornando com presilhas, tiaras, grampos, prendendo, soltando, hidratando, fazendo tipinho passando a mão como uma garota carente à procura daquele que o afague... Assim como Sansão, é a fonte da minha força - interior. E eu sei que se eu cortá-lo, vou perder minha força, porque já o fiz, em 2007. Gostei por 3 dias, 4 talvez, mas depois... Aí foi uma sucessão de cortes, pinturas e escovas que fizeram de 2007 o meu pior ano - combinado com outras coisas: peso, vida financeira, carreira, úlcera e bursite.

Amo meu cabelo. E que bom que é ouvir as amigas elogiando a juba, falando sobre o comprimento, brilho, de como casa comigo, me deixa menina com um toque de mulher fatal. Todas as amigas adoram meu cabelo, menos uma, exatamente aquela que deveria adorá-lo: minha mãe, a cabelereira. Ela diz que está sem corte, com as pontas ressecadas, que precisa urgentemente de uma tesoura. Mas e a coragem?

Porque eu sei que não vão ser só as pontinhas, vou perder uns belos centímetros de força, e agora não estou podendo. mas o pior é intimamente assumir que por mais que todos elogiem, EU sei que sim, está sem corte, com as pontas ressecadas, precisando mesmo da tal da tesoura. E eu sei também que a mesma maldita tesoura ajuda no crescimento do cabelo, afinal, ela corta, tira bons pedaços, mas é o que devolve a força para o fio, que renovado vai voltar a crescer belo e pomposo. Eu sei disso tudo, eu cresci ao lado de uma (excelente) cabelereira. E ela é a profissional, ela sabe da real necessidade dos fios. As amigas se preocupam apenas com a aparência dele e nos efeitos que tem sobre mim. Mas, de novo, e a coragem?

Infelizmente, tem coisas na vida que nós nos prendemos, não queremos "deixar ir" (Lost!) mas que por mais que doam, são necessárias e que, quando menos imaginarmos, nem sentimos mais falta ou, melhor, já cresceram de novo. Por isso, este final de semana, eu tomei coragem e enfrentei a tesoura. Vinha fugindo dela há dias, mas eu queria mesmo dar uma repaginada. Mas não encostei no comprimento. Medidas paliativas, cortei um pouco mais e dei um toque na franja. E só na franja, o que já deveria ser suficiente. Mas não adianta fugir, a tesoura ainda me aguarda com sede de corte.

E eu hei de enfrentá-la!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O que faz você feliz?

O que faz você feliz? Do que precisa? Muito, pouco, nada?

Pra mim, são tantas as coisas, tão pequenas mas tão grandes. Tão difíceis de conquistar, tão fáceis de alcançar...

Um sorriso, uma manhã de frio mas ensolarada, um carinho espontâneo dos meus gatos...

A cura - ah, a cura! - mas antes disso, ver a força e o otimismo de um parente diante de uma doença tão grande quanto o amor que a cerca...

Ter amigos, contar com eles, fazer as pazes e deixar tudo pra trás. Dormir de estrela com eles, assistir Lost, interagir com a tela, reclamar da vida e perceber que no fundo a gente tem sorte... Passar a tarde no shopping, relembrar, rir, curtir cada momento roubado do trabalho, do estudo, da rotina. Ir ao samba (balada, micareta, bar, boteco, japa), esperar a música, dedicar outra música, dar presente, ganhar tantos outros. Viajar, cantar, inventar músicas, tirar fotos, tomar chuva, tomar sol...

Trabalhar, construir, crescer, pouco a pouco, procurar e procurar o lugar e a hora certa, sentar e esperar, acreditar... e ainda assim ter as contas pagas (ah as contas pagas, tantas delas!)

Dormir. Como dormir é bom. Ver meu cabelo crescer, minhas roupas servirem, minhas unhas coloridas. Acordar no sábado e saber que ainda tem o domingo. Que tem feira e balada, tomar sol por 15 minutos e morrer de calor. Tomar banho por horas a fio, cuidar de mim...

Ouvir música, no quarto, no banho, no carro, no celular. Cantar junto, fazer passinho no carro, na janela, no churrasco...

Ver fotos, relembrar, organizar, rir e chorar... minha pequena grande família reunida na foto nova da sala, ir ao mercado num momento amélia de mãe e filha... Meu irmão menor e maior, cheio de força pra me proteger... Vê-lo progredir e conquistar...

A gratidão... ver o sorriso, o olhar e a emoção. Me enche de força, de fé, de luz, de FELICIDADE. É o que me faz acordar todos os dias e saber que tudo sempre dá certo no final.

O que mais eu precisaria pra ser feliz?

:D

terça-feira, 18 de maio de 2010

100 coisas para fazer antes de casar

1- Beijar mais de 100 caras. (essa eu não respondo!)
2- Sair com as amigas e encher a cara (uma vez por semana)
3- Beijar o seu primo
4- Transar com mais de 5 caras (nem essa...)
5- Transar com um desconhecido
6- Transar no primeiro encontro
7- Se apaixonar LOUCAMENTE
8- E sofrer loucamente por essa paixão
9- Ir no swiing (pode ser só para conhecer mesmo)
10- Dançar em cima da mesa de um bar
11- Ficar bêbada e acordar em algum lugar desconhecido
12- Vomitar na sua melhor amiga
13- Ir de penetra em um casamento
14- Nadar pelada no mar
15- Ir numa praia de nudismo
16- Transar na areia
17- Ir pra uma balada sozinha
18- Ir ao cinema sozinha (adorooooooooo)
19- Viajar sem destino
20- Transar com algum dos seus melhores amigos
21- Pegar um buque de um casamento
22- Viajar só com homens
23- Viajar só com mulheres
24- Ir ao estádio de futebol com os seus amigos maloqueiros
25- Arrotar e peidar horrores
26- Andar sem sutiã
27- Ficar 3 meses sem se depilar
28- Ficar um sábado a noite sozinha, assistindo comédias românticas
29- Comer potes de sovertes de haagen daz de doce de leite
30- Xavecar o seu vizinho
31- Flertar no transito
32- Ficar com um cara comprometido
33- Beijar um barman
34- Marcar um encontro com um cara que vc conheceu no bate papo
35- Transar na escada de incêndio do seu prédio
36- Usar calcinha furada
37- Colar a bunda no box do chuveiro para as suas amigas darem risada.
38- Ficar com um gogoboy
39- Ir no clube das mulheres
40- Ficar com vários caras numa balada só
41- Ir numa micareta
42- Ir numa Rave
43- Passar um carnaval em salvador
44- Voltar viva de salvador...- ê
45- Ficar louca com alguma droga
46- Dar vexame no casamento de algum parente
47- Beber 24h seguidas sem parar
48- Sair na mão com alguém
49- Aprender a ficar sozinha
50- Ser dependente financeiramente (tiavandycard tudo aê)
51- Ficar com um gringo
52- Morar no exterior (UEBA!)
53- Acampar
54- Ficar 3 dias sem tomar banho
55- Fazer um curso de pompoarismo
56- Gastar R$500,00 numa balada!! (convertendo em pounds vale?)
57- Pagar a balada de todas as suas amigas
58- Gastar muito dinheiro no shopping
59- Ir no sexshop
60- Comprar um vibrador
61- Xavecar um homem
62- Ficar com um hippie
63- Fazer uma mudança radical no visual
64- Usar calcinha bege (nunca!)
65- Ir num drive in
66- Conhecer pelo menos 10 motéis da sua cidade
67- Fazer um book de fotos
68- Filmar uma transa sua
69- Transar com um cara e ir embora sem que ele perceba
70- Falar para um cara que ele é ruim de cama
71- Transar no banheiro de uma balada
72- Dar uma puta festa!
73- Mandar o seu chefe tomar no c.. e ser demitido
74- Participar de um programa de tv (entrevista conta?)
75 - Ser tiete de alguma banda/cantor
76- Se vingar de um ex namorado (nada a declarar...)
77- Fazer uma viagem de trailer
78- Casar em Las Vegas
79- Comprar e por em prática o livro KamaSutra
80- Fingir ser outra pessoa (Catarina)
81- Ser expulsa de uma balada
82- Ter um namoro escondido no seu trabalho
83- Trair um namorado
84- Mandar um vídeo para o BigBrother
85- Ir num baile funk e dançar até o chão
86- Ir para Barretos e ser laçada
87- Sair de um lugar sem pagar a conta
88- Fazer xixi nas calças de tanto rir
89- Beijar um pagodeiro
90- Beijar um cara feio, mas bem feio... (eu já fiz um feio feliz!)
91- Ir numa festa a fantasia com uma fantasia vulgar...
92- Ligar bêbada para o seu ex namorado
93- Terminar um namoro por telefone/ email... (de novo, nada a declarar...)
94- Apertar a bunda dos seus amigos
95- Dar um mosh
96- Xavecar o pai gato de uma amiga
97- Atender o entregador de pizza de toalha
98- Fazer uma tatoo de amizade (Eu fiz, a Vall que deu pra trás)
99- Fazer coco no mato e se limpar com uma folha
100-FICAR NOIVA E FINGIR QUE NADA DISSO NUNCA ACONTECEU!

Obs.: Feliz de perceber o quanto dessa lista - que eu nem conhecia - eu preenchi nos últimos 2 anos - os mais felizes e intensos da minha vida. Agora eu posso dizer com propriedade, embasamento E FATOS!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Só Corinthiano entende...

Da sessão devaneios e divulgação, pega a saga de uns amigos meus (3 moços e 1 moça) na quarta-feira, CORxFLA... Quem me conhece sabe bem quem é a tal moça....

A) Ou você tá meio cansada, saiu ontem?
B) Não não...fui pro jogo do Corinthians
A) Ah é...(indagação)...no Pacaembu?
B) Não, não...foi no Maracanã!
A) Você é louco, bom, você foi de avião, né?
B) Não, não...fui de carro mesmo, com mais 3 amigos!
A) Loucura!!! O carro era dá hora pelo menos?
B) Um palio 1.0 duas portas sem ar... mas ok!
A) Bom, ah, mas quando é assim, pelo menos você vai ouvindo um som, conversando...
B) Não não, o som não tocava CD só tinha saída USB e o único pen-drive do carro tinha uma pasta com músicas da bateria de direito do Mackenzie... fomos sem som praticamente!
A) Afffeee... Mas a viagem foi tranqüila?
B) Não, não, 1 hora e meia parados na "serra das araras" atrás do comboio da torcida.
A) Ah, mas pelo menos não foram vocês que tiveram problemas com a polícia na estrada, só os ônibus!
B) Não, não, fomos parados e revistados...os meninos e o carro!
A) Bom, mas deve ter sido de boa a revista dos caras então...
B) É, ficou meio estranho quando descemos do carro tomando cervejas e comendo Ruffles
A) Caraca, mas e ai, se perderam pra chegar no Rio?
B) Erramos o caminho 2 vezes, mas essa parte foi a mais tranquila...
A) Ahhh, então chegaram cedo!
B) Não, não...deixamos o carro em um hotel as 20h10, o cambista nos esperaria no Maraca com os ingressos até as 20h00!!!
A) Puta que pariu!!! Vocês foram sem ingresso??
B) Pois é...
A) Mas o cambista não iria embora sem pegar a grana, né!!
B) Pois é...pagamos antecipado!!!
A) Caraca. Pelo menos foi mais barato?
B) R$120 cada
A) Vocês são idiotas!!! Mas pegaram um taxi até o estádio então?
B) É...até metade do caminho...quando o cambista ligou falando que estava indo embora tivemos que correr 1,5 km devido ao trânsito
A) Você tá loco!!!!!!!!!...na chuva e no meio da torcida do flamengo!!!
B) Pois é.. numa puta chuva e eu de camiseta branca, parabéns!
A) Pelo menos o cambista estava esperando na entrada do Corinthians!!
B) Não ,não...no meio da entrada principal da torcida do flamengo!!!!
A) CARALHO...e foi fácil achar o cambista?
B) Não, não...ficamos gritando que nem locos o nome dele!!!
A) E o celular?!?!?!
B) Não funcionava!!!
A) Putz...mas acharam?
B) É...no momento exato em que ele estava atravessando a rua para ir embora.
A) Pelo menos...mas ai foi sussa entrar?
B) Não, não...tivemos que dar a volta inteira no Maraca no contra fluxo da torcida deles..
A) Como ASSIM??? (expressão assustada)
B) É isso aí, e com a camisa do timão escondida!!!!
A) Não ficaram com medo???
B) Digamos...não estávamos muito confortáveis!!
A) Puta que pariu, e além de tudo choveu...
B) Choveu não, caiu o mundo o jogo inteiro!!!
A) Porra, mas a torcida do Corinthians não tinha parte coberta???
B) Ficamos na chuva...
A) Vocês tem problemas???
B) Ficamos na chuva...
A) Mas não estava frio????
B) Imagina uma pessoa pelada no polo norte, e um fdp ainda joga água em vc..
A) Tanto assim...??
B) Pois é...
A) Bom, e o Corinthians, ganhou pelo menos?
B) Perdeu
A) Jura.... mas marcou um golzinho para tirar o grito de gol da garganta?
B) Não não, 1x0 pra eles
A) Mas nem teve briga dentro, teve?
B) Não não, a polícia só soltou bomba de gás para que a torcida do Corinthians ficasse na parte coberta após o jogo e parasse de provocar a torcida do Flamengo
A) Nossa meu... e pra sair do estádio???
B) Sussa, quase ninguém desconfiou de 8 pessoas com camisa preta e um volume saliente na região abaixo da cintura!
A) Volume saliente???
B) Os meninos com a camisa do Timão no "saco"... a minha amarrada na perna!
A) Ahh...e pegaram o taxi na volta?
B) 50 min de espera no meio da rua tentando parar todos os taxis...
A) Na chuva e no meio da torcida dos caras?
B) Pois é...
A) Bom, pelo menos chegaram tranqüilos no hotel, tomaram um banho e dormiram um pouco antes de voltar...
B) Não não...chegamos no estacionamento do hotel, nos trocamos ali mesmo, e voltamos direto!!
A) Direto? Mas pararam pra comer né?!
B) No Graal, mas a fila era tanta que desistimos... detalhe, descalços mesmo, pq os tênis estavam sem condições!
A) Ah, mas deu para dormir no carro vai...
B) Nem um segundo... solidariedade ao motorista!
A) Ahhh, não brinca, e vieram trabalhar direto!!!!?
B) Pois é...
A) E o banho??
B) Não ia dar tempo... ia me atrasar para o trabalho
A) Mas se trocaram onde?
B) No carro, no meio da marginal fazendo cabaninha com a toalha
A) Caralho meu, depois dessa nunca mais né!?????!!!!!

B) SE LIGA JÃO, AQUI É CURINTIA!!!! Valeu cada segundo... faria tudo de novo!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Menos é sempre mais

"Eu sei!"
"Eu fiz!"
"Eu fui!"
"Eu tenho!"
...
Pesquise mais a fundo, pergunte de novo, confronte. E a resposta será sempre diferente uma da outra.
Existem pessoas, muitas e muitas pessoas, com uma necessidade absurda de auto-afirmação, de valorização que, por muitas vezes, é feita baseada numa grande e insustentável mentira. Uma viagem de negócios que nunca ocorreu, um curso que insistem que foi feito, um show, uma peça, um lugar paradisíaco onde tudo que se conhece são fotos de uma experiência alheia, um carro, uma casa, um CD, um livro...
Mas isso funciona mesmo? Por quanto tempo pode-se sustentar uma mentira? Uma vez ouvi que para uma mentira dar certo, você deve acreditar nela e esquecer a verdade, para que assim possa sustentá-la como verdade absoluta. Mal sabia que acreditar nisso me custou a descoberta de "N" outras mentiras anos depois. Não vou negar que essa tática funcionou sim por um longo tempo, mas que não foi pra sempre e, um dia, a verdade veio. Porque a verdade sempre vem, incrível.
Este desejo de auto-afirmação se torna conhecido das pessoas depois de certo tempo. No começo, é tudo uma grande admiração, uma projeção (quando eu crescer quero ser igual à você!), até mesmo inspiração. Em pouco tempo - sim, muito pouco - isso se torna uma dúvida, uma pulga atrás da orelha, uma desconfiança porque de tantas histórias e fatos, datas não batem, idas e voltas não se conectam, pessoas "mudam" de nome, de lugar, de cor de cabelo. "Como assim você viajou mês passado?". E então, olhares se cruzam semeando a dúvida e deixando um sentimento de vergonha alheia no ar.
A terceira - e pior - fase do círculo destes é a da descrença, da falta de credibilidade e da dúvida sobre o caráter dos necessitados. Ninguém mais acredita em NADA do que você fez, então esta é aquela velha fase onde a história do menininho que nunca falou a verdade um dia precisou dos seus amigos pra salvar sei lá o que e ninguém o levou a sério. Você viajou, estudou, comprou seu próprio carro e ninguém acredita. Que saco né menininho?
Analisando um pouquinho - embora eu nem esteja aqui no mundo pra analisar - pude perceber o grande vazio onde as pessoas com esta necessidade vivem. É um círculo vicioso, um mundo imaginário onde sair implica em aceitar sua minoridade, sua ignorância, o que por muitas vezes nunca vai ser possível de aceitar. E é por isso que este tipo de indivíduo não consegue prazer nas suas conquistas - porque no fundo eles sabem que não é suficiente pra sairem do vazio. Ainda, pense mais: estas pessoas nunca têm um relacionamento duradouro, com nada e com ninguém. Seja no trabalho, pulando de empresa em empresa, sempre achando que poderia estar fazendo melhor, seja na família, construindo um vínculo baseado num castelo de cartas, seja em relacionamentos afetivos, afinal lembramos das três fases no círculo de convivência: um dia, a admiração cai por terra e as máscaras caem. E nunca demora a acontecer.
A necessidade de auto-afirmação, como li a respeito, é sim superável, mas não facilmente, pois está relacionada à segurança, e os inseguros são temerosos, indecisos, desconfiados de sua própria capacidade - embora não se deixem demonstrar esta fragilidade. Muitas vezes são retraídos, egoístas e, pior, invejosos. Mas, um pouco de equilíbrio: todos nós nos auto-afirmamos o tempo todo, é quase um jogo, onde tentamos impressionar o outro com nossos pontos de vista, idéias, posses, níveis de sucesso pessoal, profissional e social, etc. Faz parte da luta pelo poder e pela busca do reconhecimento. Esta é a hora da dosagem, pois a auto-afirmação está intimamente ligada à auto estima. Algumas pessoas têm consciência do seu problema, mas a grande maioria o mascara ou o ignora.
Tenho certeza que temos muitos dessas pessoas em nosso círculo, talvez até um pouco de nós mesmos. Mas se eu pudesse "me" dar um conselho seria: fale sempre a verdade. Eu já aprendi que às vezes dizer "não sei" é a decisão mais sábia a ser tomada. E que ninguém te julga por saber de menos, mas sempre por falar demais.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

From me to myself

BTW, as músicas da Lily Allen SEMPRE cabem em algum momento, alguma situação, pra alguma pessoa. Infelizmente nem todas são publicáveis...

So... from me to myself:

Back to the start - Lilly Allen

When we were growing up you always looked like you were having such fun
You always were and you always will be the taller and the prettier one
People seem to love you
They gravitate towards you
That's why I started to hate you so much
And I just completely ignored you

I don't know why I felt the need to keep it up for oh so long
It's all my fault I'm sorry you did absolutely nothing wrong
I don't know why I felt the need to drag it out for all these years
All the pain I've caused you
The constant flow of all the tears
Believe me when I say that I cannot apologise enough
When all you ever wanted from me was a token of my love
And if it's not too late
Could you please find it deep within your heart
To try and go back go back to the start
Go back to the start

I've been so evil with my constant invasions
But you made it so easy for me
You always rise to the occasion
I'll always pull you up on every stupid thing that you say
But I found it so entertaining
Messing around with your head

I don't know why I felt the need to keep it up for oh so long
It's all my fault I'm sorry you did absolutely nothing wrong
I don't know why I felt the need to drag it out for all these years
All the pain I've caused you
The constant flow of all the tears
Believe me when I say that I cannot apologise enough
When all you ever wanted from me was a token of my love
And if it's not too late
Could you please find it deep within your heart
To try and go back go back to the start
Go back to the start
Go back to the start
Go back to the start

This is not just a song
I intend to put these words into action
I hope that it sums up the way that I feel to your satisfaction

I don't know why I felt the need to keep it up for oh so long
It's all my fault I'm sorry you did absolutely nothing wrong
I don't know why I felt the need to drag it out for all these years
All the pain I've caused you
The constant flow of all the tears
Believe me when I say that I cannot apologise enough
When all you ever wanted from me was a token of my love
And if it's not too late
Could you please find it deep within your heart
To try and go back go back to the start
Go back to the start

:P

22 - Lily Allen

When she was 22 the future looked bright
But she's nearly 30 now and she's out every night
I see that look in her face she's got that look in her eye
She's thinking how did I get here and wondering why

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

She's got an alright job but it's not a career
Wherever she thinks about it, it brings her to tears
Cause all she wants is a boyfriend
She gets one-night stands
She's thinking how did I get here
I'm doing all that I can

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

It's sad but it's true how society says
Her life is already over
There's nothing to do and there's nothing to say
Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder
It seems so unlikely in this day and age

quarta-feira, 24 de março de 2010

Eu sou o que dizem de mim!

Já me importei muito mais com isso, já me importei muito menos com isso. Hoje eu tento balancear.

Mas quem diz o quê?

O que minha família diz de mim? O que eu represento ao chegar em casa do trabalho? E meus amigos, o que eles vêem em mim? Quem me ama realmente me conhece, sabe meus segredos? Meus gatos e cachorros, sabem mesmo ver dentro dos meus olhos?

Não importa. Porque no fim, existe apenas uma única voz que quando fala mais alto, que quando me critica, me incomoda. É a voz da minha consciência. Sim, porque por mais que eu seja - ou queira ser - perfeita em tudo que faço, por mais que as pessoas acreditem em mim, por mais que eu as convença, seja de que maneira for, essa voz está lá. Ela fala. Alto, pra eu escutar com atenção. Ela tem uma voz irritante, ela vê tudo que eu faço, e é impressionante com ela tem boa memória e é observadora. Ela me lembra de coisas que eu (insisto em fingir que) não lembro. Ela se silencia durante todo o dia, mas passa a noite acordada. Basta eu deitar, olho de rabo de olho e lá está ela, dividindo o mesmo travesseiro espacial. O travesseiro é leve, mas com duas cabeças ele afunda e se torna desconfortável. Que saco consciência! Mas... E se eu deixasse de dormir? Afinal, se minha consciência é tão ausente durante o dia, posso passar as noites em claro e ela nunca mais vai me importunar. Simples. Durante o dia, tiro leves cochilos espaçados e descanço, à noite eu saio, esqueço o mundo e vivo uma nova realidade, sem a maldita consciência pra aborrecer minha madrugada.
(...)
Não durmo há meses, anos. Já não sei mais qual é a minha realidade, se é durante a noite, na minha fuga, ou durante o dia, naquilo que eu chamava de vida. Está tudo bagunçado. Já não sei mais quem eu posso convencer, se aos outros ou a mim mesma. Minha vida se tornou repetitiva, ociosa, ando em círculos. Tenho a impressão que todos falam sobre mim, de mim, mas nunca pra mim. Tenho saudade da voz da minha consciência, do meu travesseiro...

Coisas que eu amo, coisas que eu odeio

Coisas que eu AMO:

Meus gatos, Jota e Rita (e a Chica, que me visita em sonhos sempre...); minha família e meus amigos; Estar feliz; DAR RISADA ATÉ DOER A BARRIGA; Me sentir bem comigo mesma; Andar ouvindo ipod; Música brega; Fazer palhaçada; Tirar foto; Reler emails; Corrigir (Pasqualete); Inventar músicas e apelidos; Friends; Cinema; Restaurante japonês; Dar nomes às coisas; Ser Mackenzista; Ser Corinthiana; Café da Manhã (na padoca); Comer até passar mal; Comprar presente; Comprar roupa; Internet; Falar no celular; Cornetar; Tirar sarro do modo de falar; Dormir; Sábado; Espreguiçar (gritando); Dançar; Dançar música brega; Dançar na frente do espelho; Cantar desafinado; Falar sozinha; All Star; Pizza da Fornatto; Beijos; Beijo no canto da boca; Cheiro de Loção pós-Barba; Contar a mesma história pela décima vez (detalhadas); Natal; Gibi; Festa Junina; Ser criança; Falar como criança; Agir como criança; Ser adulta só quando precisa; Ser mulher; Elogios (sou facinha...)

Coisas que eu ODEIO:

Esperar; Mau humor; Tristeza; Estar com fome; Estar com sono na balada/trabalho; Querer fazer xixi e não poder; Passar vontade; Sinusite; Bursite; Sentir vergonha alheia; Fazer a unha (gosto que façam a minha); Borrar a unha; Quem dá valor quando perde; Mentira; Descobrir mentiras; Não entender o que as pessoas falam; Pegar ônibus / caminho errado; Correr pra pegar ônibus; Chegar atrasada; Cair; Acordar cedo; Frio; Vento; Chuva (tudo na sua hora); Beijo ruim; Cecê; Pé nojento; Ver espinha; Que batam na minha cabeça; Quem não me dá valor; Quem não gosta dos meus amigos; Comparações; Bater o dedinho do pé na quina da cama; Ronco; Barriga; Egoísmo; Chorar; Saudade; Computador lerdo; Crítica (sou difícil...)

Tenho

Eu tenho uma música
Eu tenho duas músicas.
Eu tenho várias músicas.

Eu tenho uma casa.
Eu tenho duas casas.
Eu tive muitas casas.

Eu tenho um jeito.
Eu tenho outro jeito.
Eu tenho vários jeitos. Eu dou um jeito.

Eu tenho uma beleza. Eu tenho um cheiro. Eu tenho uma cor. Eu tenho um quê de ser eu só meu.

Eu tenho um gato.
Eu tenho dois gatos.
Eu tenho - e tive - vários gatos.

Eu falo uma língua.
Eu agora falo duas línguas.
Eu entendo várias linguas - principalmente as não-faladas.

Eu tenho um diploma.
Eu tenho dois diplomas.
Eu tenho muitos diplomas - a vida tem me ensinado muito nos últimos tempos.

Eu tenho uma vontade. Eu tenho um querer. Eu tenho um poder. Eu tenho um quê de ser eu só meu.

Eu tenho uma mãe.
Eu tenho duas mães.
Eu quero ser mãe.

Eu tenho um irmão.
Eu tenho dois irmãos.
Eu tenho amigos que são meus irmãos.

Eu tenho um amigo especial.
Eu tenho dois amigos especiais.
Eu tenhos amigos que são a minha vida.

Eu tenho luz. Eu tenho brilho. Eu tenho força. Eu tenho coragem.

Eu tenho um amor.
Este eu só tenho um, e cada um tem um pouquinho dele. Tenho uma parte dele guardada em mim, porque eu tenho tanto na vida que alguém há de me querer pra ele também.

Eu tenho um quê de ser eu só meu.

De 2009 pra 2010. Foi Bom!

Muitas pessoas esperam chegar dezembro para fazer uma retrospectiva do ano, um balanço pessoal, perdas, ganhos e aprendizados. No fim, todo mundo é só otimismo, aprendizado, felicidades. Tudo muda no dia primeiro de janeiro: ninguém cumpre as promessas de Ano Novo, ninguém muda, ninguém emagrece, ninguém fica rico. E todo mundo sabe disso.
Mas as pessoas precisam desta retrospectiva, desta fé na mudança, elas precisam acreditar que viveram, que se aventuraram, que foram felizes e, principalmente, que mudaram. Mas... Por que só em dezembro? Por que ninguém festeja o dia 30 de cada mês com uma retrospectiva, cada sábado com um fechamento, cada meia-noite com a sensação de um dia bem vivido?

Falo isso porque o meu ano foi diferente de todos os que vivi: tive muitos fechamentos, encerramentos, conclusões, pontos finais. E quer saber? Foi muito mais legal agradecer por tudo cada vez que via uma mudança, uma passagem, um ciclo se acabando do que se eu tivesse deixado pra falar tudo agora. Foram tantas coisas, pessoas, lugares, sentimentos novos e diferentes que se eu não tivesse feito de cada um deles um "Ano Novo" não teriam significado tanto.

E foram vários mesmo. Quando eu fui embora de Londres eu vi que eu chorei... chorei de tristeza, de emoção, de saudade, de alegria, de rir, de medo e até de dor. Mas eu também viajei mais do que em toda minha vida, passei o maior frio da história de Londres, vi neve, perdi uma aposta, cumpri uma promessa, senti o maior medo da vida, acordei e dormi falando inglês, morei no bairro mais bonito, morei com uma gringa sozinha, morei sozinha, trabalhei num pub e adorei, descobri em uma "colega" uma parceira pra vida (falaria dela por horas), reafirmei minha irmandade com minha melhor amiga, me apaixonei da forma mais surreal e intensa, me perdi num país estranho, comecei a correr, perdi um amigo, ganhei muitos e muitos outros, conquistei alguns diplomas, fluência e, principalmente, vivência...

Quando eu voltei pro Brasil, algumas horas depois, eu agradeci pela minha família de volta, meus gatos, meu quarto, a praia, o sol, a cerveja gelada, os amigos, o feijão, o cheiro da minha mãe e da minha tia, que são inconfundíveis...

Logo, lá estava eu indo e voltando de novo, mais pra perto mas com conquistas ainda mais incríveis. Ganhei uma amiga linda e especial (tb falaria dela por horas), fui perdoada por um passado que virou presente e trouxe outra amiga, aprendi espanhol, morei num hostel, fiquei doente, cumpri uma outra promessa, conheci um portenho especial, fiz mais novos amigos.

Pra fechar o ano, eu fiz as pazes com meu corpo, dei muito presente, ganhei muitos outros, sorri, enfrentei a possibilidade de uma perda, reafirmei minha fé, trabalhei duro, nem tão duro, veio o Ronaldo, atolei o Ronaldo, o patrocínio Credicard acabou, alguns problemas persistiram, outros desistiram...

Muita coisa mudou, mas outras não mudam. Estarei de branco, onde quer que esteja, sorrindo, cabelo solto e descalça, com muitas promessas na cabeça, fazendo de novo meu balanço pessoal, minha retrospectiva, tentando lembrar de mais alguma coisa pra agradecer, pra mudar, pra fazer, pra tatuar. Vou estar otimista, vou ficar rica, emagrecer, fazer trabalho social e tomar sol com protetor.

Mas nada será como 2009. Foi meu ano. Deu 11!