quarta-feira, 30 de março de 2011

O fim da vida de um nerd

Ele não olha para trás, ele senta virado para trás, tira do bolso sua hp e abre seu notebook, depois de muito digitar e fazer gráficos em pizza no excel, ele então, escreve suas conclusões no relatório final de sua vida:

"Percebo agora que tive ao longo de minha existência 10% de dias muito infelizes com alta taxa de depressão e volume de lágrimas, 10% de dias de profunda melancolia, 5% de dias de ira, 35% de dias normais onde eu simplesmente ia para o trabalho e voltava para casa, 25% de dias muito felizes e finalmente 15% de dias que fizeram a minha vida inteira realmente valer a pena."

Obs: Calculo aproximadamente que passei 22,2% do meu tempo entre alcoolizado e levemente alcoolizado (esse índice aumenta para 97% nos dias muito infelizes e nos dias de intensa felicidade).

Lembrando que há uma margem de erro de 1,5 percentual para mais ou para menos.
Original em Renat's Blog (Devaneio alheio, em uma sessão de trocas de pensamentos aleatórios e inspirações de uma companheira de leitura, escrita e risadas)

domingo, 27 de março de 2011

Sunday, bloody sunday...

Mais um domingo, mais um sentimento de final de semana acabando e todos meus anseios para ele não realizados. Mas um dia de pensar e pensar e pensar.... Mais uma tarde de engolir sentimentos e não admiti-los, não exterioriza-los. Não quero admitir nenhuma fraqueza. Não quero que ninguém saiba que por trás do meu novo sorriso branco há um caminhão de dúvidas e sentimentos confusos.

Porque as pessoas me confundem. Porque eu acredito em tudo que me é dito, crio expectativas monstros e me machuco com isso. Porque eu sou grande e quero ser uma rocha, mas o que ninguém sabe é quão frágil eu posso ser apenas com um toque, uma imagem, uma frase. Me torno pequena, indefesa perto do tamanho colossal do meu querer.

É esquisito sentir este turbilhão de sentimentos... e novo. É esquisito tentar equilibrar razão e emoção, insano até. Pra mim, sempre foi mais simples viver pela emoção. Agir, sem pensar. Meu peculiar imediatismo, que eu chamo de intuição. Mas a razão me dá provas claras que eu estou indo na direção errada, na contramão da sanidade. E eu insisto em me manter nessa estrada...

Sinto que minha vida tem se tornado a letra de um pagode de segunda categoria, um refrão de música sertaneja, que eu tento afogar em baladas de música eletrônica. Só que não tem jeito, no dia seguinte das batidas do Dj, nada é tão ensurdecedor como as batidas do meu coração.

No domingo, "I can't close my eyes and make it go away"...

Para beber uma coca: drops...

Mais um dia de devaneio, de palavras tristes escritas, de sentimento recluso. E, mais que isso, palavras também reclusas há alguns dias, direcionadas, que receosas, se mantiveram guardadas para que oportunamente se fizessem lidas e entendidas.

E então surgiu aquela marca, que eu lutei para me afastar dela... a Coca-Cola. Veio arrebatora na sua linha de campanhas publicitárias "feel good". E falou por mim, com a música de fundo, intepretada por crianças. O filme por si já é fantástico (dica: ver o original em espanhol - consegue ser ainda melhor que a versão br). E a música... bom, nada mais a declarar. Fez com que aquelas palavras fossem apagadas com um sorriso no rosto e um brilho no olhar...

Whatever - Oasis

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to say whatever I
Whatever I like
If it's wrong or right it's alright

Always seems to me
You only see what people want you to see

How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

Free to be whatever you
Whatever you say
If it comes my way it's alright

You're free to be wherever you
Wherever you please
You can shoot the breeze if you want

It always seems to me
You only see what people want you to see

How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Here in my mind
You know you might find
Something that you
You thought you once knew

But now it's all gone
And you know it's no fun
Yeah I know it's no fun
Oh, I know it's no fun

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright
Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright.

;)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Estrela cadente

Tenho desejos. Dos mais puros e simples aos mais sórdidos. Dos mais mundanos e carnais aos mais espiritualizados. Desejos que atendem ao meu corpo, ao meu ego, ao meu mundo e ao seu.

Desejo a felicidade. Ver o sorriso, aquele sorriso de canto de boca, que mostra uma alegria que não quer ser notada, ou mesmo aquele sorriso de 32 dentes que exalta uma piada, um momento, uma cena. Um simples mover de lábios, um concordar com a face. Desejo que a felicidade seja tão simples como resolver uma equação matemática. Dois e dois sempre serão quatro se você simplificar a vida.

Desejo o sucesso, a vitória, a conquista, o objetivo alcançado depois de inúmeros obstáculos. Obstáculos são sempre necessários. Ninguém olha pra trás com orgulho se não houver obstáculos superados a serem contemplados.

Desejo - e almejo, trabalho por isso - dinheiro, bens, materialismo. Porque é por eles que eu trabalho 30 dias do mês. Porque eu sou um ser humano, nascido no império do capitalismo, e admitir isso não me faz melhor ou pior que ninguém. Quero carros, casas, viagens, quero conhecer o mundo através dos goles das melhores cervejas e vinhos, na companhia dos melhores amigos, em momentos registrados pelas melhores câmeras.

Um milhão de amigos, todos desejam. Mas destes, para mim são suficientes apenas alguns verdadeiros para encher uma bela mesa, uma sala, uma festa. Quero poder dividir com meus melhores companheiros de infância a história do feriado, do final de semana, do dia... quero trocar emails, mensagens, ligações de horas. Ou mesmo poder pensar e saber que eles sempre estão lá por mim, em algum lugar.

Desejo ser a beleza, o desejo carnal e humano de alguém. Quero que minha pele exale o cheiro do pecado e da loucura. Quero sanar os desejos mais promíscuos e secretos de alguém especial, ser a fantasia secreta e indiscreta de alguém que me faça perder o fôlego e implorar para realiza-la. Quero paixão, ser paixão, sentir a paixão. Mas e também o amor. Puro e fraterno, de família, de amante, de companheiro. Amar e sentir o amor, pelos meus filhos, pelos meus pais. Por todos que me cercam. O calor do amor, sim, eu desejo o calor do amor.

Desejo saúde para poder viver com sanidade tudo que a vida me dá. Saúde para poder desejar e conquistar mais, para poder fazer o bem, por mim e por todos os outros. E fé, para acreditar que o que eu faço por mim e pelos outros é o melhor, fé para ter a certeza que eu sou instrumento de um bem maior que move o universo. Desejo ainda a paz, interior ou mundial.

Desejo, como Victor Hugo um dia o fez em poesia, que todos estes desejos sejam demasiadamente vividos, não só por mim, mas por você ou por quem mais ousar desejar. E ser.