Algumas dessas pessoas chamamos de amigos. E a amizade não acaba por esta característica. Mas ela afasta. Afasta porque a frustração cicatriza e deixa marca. É muito bom, sem igual, ter um amigo para dividir a vida, rir e passar os melhores momentos. Mas é igualmente necessário que estes amigos saibam posicionar-se nos momentos menos desejáveis. Saber ouvir é uma arte, falar a coisa certa, uma dádiva que nem todos tem.
Este patamar que criamos, dividindo nossos amigos e colocando-os em níveis canônicos, é falho e chama-se expectativa. E quanto maior a expectiva, já sabemos... maior a frustração.
E às vezes é nos degraus mais baixos onde encontramos o apoio pra poder sentar e falar da vida, dividir, ouvir, ser ouvido, ou simplesmente ficar em silêncio, lado a lado.
E é nos degraus mais baixos onde encontramos os mais sábios, as almas mais pacíficas e os menos revoltados.
Quero amigos daqui de baixo, onde olho de igual pra igual, mesmo sabendo que, se quisesse, olharia de cima, mas que minha expectativa acaba mantendo-os lá em cima. Quero amgios que desçam quando preciso, ou que subam comigo, mas que caminhem na escada da hierarquia da amizade.
Sempre bom encontra-los onde e quando menos se espera!