quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fora da caixa

Hoje, no facebook da vida, li um post de uma pessoa que não conheço, lá de Perth, mas que me tirou um sorriso do rosto, fazendo a fumacinha preta que anda por cima de mim se dissipar um pouco:

"Desde pequenos, escutamos que devíamos estudar, tirarmos boas notas para arrumarmos um bom emprego e passarmos toda a vida pagando uma casa própria que compramos financiada em 30 anos por um banco do governo, onde viveríamos pelo resto da vida. Pra vencermos em várias áreas da vida, quase sempre precisaremos DESAPRENDER muito do que fomos doutrinados ao longo da vida e nos atrevermos a mantermos a esperança em meio ao caos e a disposição de colocarmos os nossos em prática em meio a descrença difundida por todas as partes.
Pense fora da caixa!!!"

E é isso! Logo que voltei uma tia minha, muito simpática e quase nada intrometida (atire a primeira pedra quem não tem uma) me perguntou o que eu faria da vida agora. Minha resposta: não sei, viver. Ela continou: Viver com o que? Acho que está na hora de você construir alguma coisa, você não tem nada!

O conceito dela de TER é isso aí: uma casa "própria-financiada", um carro na garagem e um emprego vitalício.

O meu conceito de TER é VIVER. Daí eu não preciso de nada que me prenda neste conceito tostines da vida, num movimento cíclico de compra e venda de casa e carro, um escritório, uma sala fechada, um salário todo para a poupança.

Não, não tenho muito do concreto, não mais do que o suficiente. Faço o que gosto, meu trabalho me enche de orgulho. Tanto ogulho que me fez falta. Construo meu mundo tijolo a tijolo, e muitas vezes derrubo a parede toda porque mudo de ideia. E quando olho o vazio na minha frente viajo no meu mundo, visitando continentes de possibilidades. Conheço diversas casas e paredes concretas no mundo, mas ainda tenho muito a viver, conhecer, viajar. Meu mundo não é seu horizonte, que vai até o limite da parede do fundo da casa, do quarteirão, do bairro movimentado. Meu mundo viaja de avião, fala idiomas que não entendo, tem faces, é desconhecido e me enche de medo!

Meu mundo tinha um porto seguro, era isso que me fazia voltar todas as vezes. E este está em fase de contrução. Reconstrução. Transformação.

Porque eu saí da caixa anos atrás, e nunca mais vou me encaixar dentro dela.