quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Acho que é hora de você saber quem eu (não) sou.

Achei que seria um bom momento pra jogar a real de quem eu sou. Porque eu definitivamente não sou quem você pensa.

Eu não sou forte, pare com isso! Não sou de pedra e muito menos consigo enfrentar qualquer coisa. Eu choro, choro muito, por tudo. Por vezes choro até dormir. Ser grande não é ser forte. E porque as pessoas têm esta certeza que eu sou o Rambo, raramente consigo um colo pra chorar, pra me aliviar.

Eu não sou destemida, eu sou é cagona. Eu enfrento tudo e todos porque preciso, mas se pudesse eu acuava, e então me esconderia atrás das pernas do meu pai. Se esta falta paterna me deu este status de destemida, foi lucro. Ou falta desta oportunidade de ser defendida. E, porque não admitir, depois eu choro.
Eu morro de medo de insetos, todos os que voam, até mosca varejeira me assusta. Abelhas e insetos com ferrão me tiram do corpo. Também tenho medo de barata, mas como barata não morde, eu consigo depois de uma grande dose de coragem pegar o “Raid” e extermina-la (1 barata = 1 frasco de inseticida).

Minha autoestima é mais variável que o dólar. Geralmente é alta, mas quando cai vejo tanta gente tirando vantagem disso... Por isso, às vezes eu pareço pretensiosa demais. E já que estamos aqui abrindo o coração pras verdades minhas, vou admitir: é só armadura. Só preciso ser melhor do que você pra me prevenir de me machucar. De novo.

Não sorrio o tempo todo. Tenho bico naturalmente. Mas tenho que sorrir porque é meu melhor ângulo, e aproveito pra trazer um pouco de oxitocina para o corpo com algumas gargalhadas. Tentar ser feliz tira um pouco do foco da dureza da realidade.

Não sou rica, bem de vida, tranquila ou responsável. Recentemente perdi absolutamente tudo que conquistei - menos minha vivência, minhas viagens, minhas memórias. Então me apeguei à elas, e você acha que eu sou instável e quero viajar o mundo por pura sede de conquista.

E não, não sou do tipo que levanta e vai, faço o que me dá na telha. Muitas vezes, eu já calculei todos os riscos e vi que aquela, que pra você parece a solução mais docemente arriscada, é minha única saída – ou fuga. Mudar, sair do país, se separar, pedir demissão... estas atitudes que para os coxinhas são audaciosas, para mim foram tentativas desesperadas em busca da minha felicidade.

Porque de tudo isso que você já deve ter entendido que eu não sou, vou te dizer quem eu sou: alguém que só busca a felicidade.
Alguém que sorri quando chora pra afastar a tristeza – e porque chorar dói. Que luta de peito aberto contra a vida pra transformar um limão azedo na torta de limão mais doce do mundo e tentar ser o orgulho que quem a criou. Alguém que tem medo de muita coisa – de insetos à escuridão, mas principalmente, tem medo de ficar sozinha. Sou aquela que demora pra se vestir, porque minha autoestima tem que estar bem-vestida. Sou alguém carente, menina, mulher, cheia de defeitos mas com uma ânsia enorme de mostrar todas as qualidades de um mundo cor-de-rosa na sua vida, onde tudo tem um lado bom - até a chuva. Uma pessoa que não quer marca, status, iates. Quer apenas estabilidade. A vida coxinha que tanta gente evita.


Alguém que tudo que mais quer é um colo gostoso no fim do dia, onde eu possa relaxar e, finalmente, ser fraca. Onde depois de um afago nos cabelos e um beijo na testa, escute um  “descansa, dorme em paz, você viveu muito por hoje. Deixa que eu cuido do resto.”

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Eu só queria amor.

E o amor vem com uma mensagem perdida no meio do dia. Não precisa ser um poema, nem uma declaração. Uma smile face faz um bom trabalho.

Amor vem com café na cama, um pãozinho integral na torradeira e uma xícara de espresso. Vem com um selinho e um "vê se come direito hoje".

Amor vem com um eu te levo ou um eu te busco. Vem com um esquenta meu pé, e nenhuma reclamação da pedra de gelo que é meu pé no meio das pernas, até formigar.

Amor vem com um "eu te amo" dormindo. E depois outro, bem acordado.

Amor vem com um quê que faz faltar palavras.

E o amor veio. Mas antes que fincasse sua bandeira no meu território do felizes para sempre, foi atropelado.

E então o amor foi embora. 

Não sem antes ir e voltar perdido algumas muitas vezes. Até que quando foi embora, eu fechei a porta, pra não mais alimentar a esperança que voltasse de novo, curado e decidido. Não quero mais o amor que volta, quero o amor que não vai, que fica atropelado mesmo, para que eu cuide. 

Eu só quero amor. Tudo de novo. Tudo do mesmo.