sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11 é dia de Chucru!

Data mais que esperada. Há muito tempo eu pensava... como vai ser? Onde vai ser? Com quem? Como vou me sentir?

O 11 representa muito na vida, sempre foi assim. Desde o nascimento, em 83. Desde datas, desde números de telefone, desde coincidências do destino, o onze é meu número.

11 - Revelação, atemporalidade, originalidade, exotismo, inspiração, intuição, paranormalidade, idealismo, ausência de rótulos, extravagância, vanguarda, modernidade, fanatismo, loucura, iluminação, incompreensão, incomunicabilidade, antipatia, degradação, ar, fogo, nova era. Arcano = 11 (A FORÇA)

Original e paranormal. Ou anormal e ideal, não importa! Hoje é 11, hoje é novembro, hoje é rosa!

Hoje eu tenho todas as respostas! E mais respostas ainda, mais até do que imaginava...

Hoje, na data mais cabalística da vida, eu posso dizer que eu sei o que quero. Sei o que vou pedir ao soprar as velas, já sabia o que pedir ao acordar.

Não quero dinheiro. Só dinheiro. Quero uma vida confortável, e só.
Não quero amor. Só amor. Quero um amor que me faça me amar, e só.
Não quero felicidade. Só felicidade. Quero fazer feliz, e só.
Não quero sucesso. Só sucesso. Quero levar comigo quem me fazer crescer, e só.
Não quero sorrir. Só sorrir. Quero que o sorriso venha de dentro e contagie, e só.

Quero muito, quero tudo, quero pouco. Mas sei que tenho tudo, tudo necessário. Se desta vida eu sair apenas com o sorriso no rosto, já terei o suficiente!

Hoje, soprar as velinhas vai ter um gostinho diferente.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por dias de inferno

Não, não é o inferno. Porque no inferno há pecado.

No inferno, há o desejo, a volúpia, o dissabor do promíscuo.
No inferno, o calor do fogo, o vermelho da paixão, a obscuridade de pensamentos mais íntimos.
No inferno, a luta, a condescendência, a renúncia, o desespero e a enfim entrega.
No inferno, lá embaixo, aqui ao lado, ou onde quer que seja.
No inferno, astral, real, virtual, surreal. Inferno, errado, julgado, condenado.

Não, não é o inferno. Porque é paraíso; anjos, em azul, nas nuvens, por arpas e com pureza.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Curta companhia

Esteve comigo na infância, emoldurou minha personalidade, meu rosto que até hoje manteve o mesmo traço, o mesmo jeito, tem o mesmo brilho no olhar e a mesma profundidade nos sonhos.

Me deixou viver a fase de rebeldia da adolescência sem sua presença, pediu licença para que eu jamais reclamasse ou me arrependesse. Pelo menos disso, ou dela.

Foi quando, adulta, no auge de madeixas vermelhas modernas, um tom de pele bronzeado e rotinas jovens, a tentação de tê-la novamente por perto venceu. Mas por muito pouco tempo. A autoestima trabalhou contra, e foi uma batalha perdida.

Novas tecnologias vieram, e um desejo arrebatador de mudança, de desespero, um tapa na cara. Que doeu, num erro ela reapareceu, e numa sucessão de tentativas desesperadas de reparação prometi que ela nunca mais voltaria. E assim foi feito.

Até que num momento mágico, de descoberta – do mundo e do meu mundo, numa personalidade que se permitiu arriscar e ousar, ela volta, exuberante e feliz. Era toda minha, minha cria, certa ou errada, não importasse como ou onde, ganhou um brilho, elogios e marcou.

Me lembra de um tempo bom, onde eu mesma era responsável por todas as minhas ações. Não havia mais ninguém por mim, nosso momento era único, eu cuidava dela e ela me acompanhava. Por meses a fio. Hoje reaparece de tempos em tempos, sempre bem-vinda, dividindo opiniões.

Faz com que eu me sinta bem comigo, mulher e menina, clássica, moderna, retrô ou alternativa, depende do dia.

Era de criança, hoje é de mulher.

Era "sazonal", hoje é temperamental.

Minha franja

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Da minha forma, à sua espera

Muito acontecendo, pouco para contar, muitos devaneios, mais do mesmo, o mesmo e mesmo assunto rondando minha cabeça. Promessas, progressões e projetos indo e vindo. “Estou de dieta”, “parei de beber”, “vou economizar dinheiro”. Todas essas não sou eu.
Eu sou aquela que recebe pequenos escritos e para pra pensar. E devaneia, e escreve em cima de palavras alheias. E para de novo pra pensar. E sorri.
A base do texto abaixo eu recebi por email, e para cada procura, o meu caminho, a minha forma de pensar, o meu querer. O meu devaneio.

Procuro doçura. Um encaixe de abraço. E de alma.
Dormir de conchinha, mãos dadas, mãos no peito. Um beijo de criança, molhado, babado, um cabelo de tigela e um giro embaixo da árvore.

Procuro constância. Um encontro de cérebros. E de covinhas.
Piadas, muitas piadas. Nomes, momentos, discussões de pontos de vistas sobre o mundo, análises da vida e projeções para o futuro. Um sítio com pé de amora.

Procuro coragem. De sentir o que há pra sentir. De encarar os tropeços e os sustos. E gargalhar quando der na louca. 
Falar a verdade, agir com verdade, assumir culpas, erros e amores. Trocar a pista pela estrada. O texto do email pelo som das palavras ditas.

Procuro encanto. Por um par de olhos. Pela magia das coincidências.
Tons de azul, de cabelos e toques.

Procuro surpresas. Como chamados inesperados. Como chegadas repentinas.
Um ícone de mensagem em meu celular. Uma foto. O olhar de satisfação.

Procuro tesão. Por curvas perigosas. Por segredos insondáveis.
Palavras, jeitos e toques (os toques). A pele, a mão no cabelo, a mão nas costas, a mão. A palavra.

Procuro urgência. De estar junto. De estar perto, mesmo que longe.
Estar, querer, ficar, falar. Menos verbos, mais conjunções entre mim e você.

Procuro brilho interno. Que transparece no sorriso. Que cintila no silêncio.
Olhos. Os brilhos internos escapam pelos olhos, sejam eles da cor que for.

Procuro liberdade. De ser assim. De ser feliz.
Liberdade de querer estar junto. De escrever o que for, ler o que for, ter apenas uma coisa.

Procuro entrega. Com direito a colo verdadeiro. Com a regalia de um cafuné avassalador.
Um suspiro, do fundo do peito. Um beijo na testa.

Procuro luz. Que me ilumine. Que não me cegue.
Meia-luz. Mais nada.

Procuro carinho. Uma piscadela secreta. Um apelido infantil.
Mais nada.

Cadê você, meu bem?
Nada.

Fonte: Pequenos Escritos - Paula Pfeifer| www.sweetestpersonblog.com

terça-feira, 13 de setembro de 2011

(Não) Aprendi

Seja por William Shakespeare (ou não), seja por qualquer autor que internet nomeie... seja pelas palavras bonitas, seja pelo desabafo, seja para aprender como levar a vida mais ou menos a sério.

Seja para saber o que eu de fato aprendi. E o que eu preciso – e muito – aprender.

“Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi...Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sente.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;
Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Menos que mil palavras

Uma imagem. E só.

É o que eu tenho, e é nisso que me apeguei. E com tanta força que não consigo mais desvincular o meu eu e o meu querer desta imagem. Que aliás não é uma imagem, é uma ideia, um padrão, um conceito de vida que eu tomei por correto há algum tempo. E que outrora já me derrubou. Foram anos sustentando uma ideia, procurando alguém que não existia em outro alguém que não era o mesmo. Uma confusão de eus, tus e eles que só a mim machucava.

Eu me apaixono por ideias, por ideais. Me apaixono por palavras ditas em diálogos feitos na minha cabeça, durante minhas corridas semanais. Me apaixono por olhares dados em nanossegundos que não são direcionados à mim, mas à personagem que eu carrego. Me apaixono pelo protagonista de uma história que eu invento durante o banho, no momento mais criativo do meu dia.

E essa paixão se fortalece alimentando-se dos meus sonhos e se aloja no lado criativo do meu cérebro, montando de acordo com as informações que precisa aquilo que eu julgo perfeito. A paixão só não foi capaz de definir a forma, o modelo e o porte de toda esta idealização. Jogou em mim esta responsabilidade, eu que mal sabia o que fazia quando coloquei uma cor, um rosto e uma forma nisso tudo.  Juntei informações distintas e coloquei na mesma receita: um rosto, um sentimento, um ideal de beleza, de vida. Coloquei algumas pitadas de piadas internas, um cheiro bom e voilá! Meu veneno estava pronto.

Bebi acompanhado de uma boa dose de tequila para sustentar aquela personagem.

E a imagem... alterna entre vívida e esparsa, vem e vai em sonhos se tornando cada vez mais amena e carregando cada vez menos significados.

Talvez seja apenas o efeito da tequila, talvez seja a dose diária de realidade...

Talvez isso passe.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O meu alguém especial

Para mais umas das minhas entressafras de inspiração, devaneio alheio. Este texto, recebido hoje, me tocou muito. Porque é nisso que eu acredito, que há sim alguém especial, e ele nada tem de especial. Ao não ser ao meus olhos.

É a resposta das horas perdidas tentando definir e defender uma beleza que só você vê, um jeito que só você gosta, um toque que, para você, só a SUA pessoa especial tem.

Para quem tem alguém especial (saiba o mundo ou não), Ivan Martins, editor-executivo da ÉPOCA.

Alguém especial
É isso que você quer – ou um monte de gente basta?
 
“Ficar com muita gente é fácil”, diz um amigo meu, com pouco mais de 25 anos. “Difícil é achar alguém especial”. Faz algum tempo que tivemos essa conversa. Ele tentava me explicar por que, em meio a tantas garotas bonitas, a tantas baladas e viagens, ele não se decidia a namorar.

Ele não disse que estava sobrando mulher. Não disse que seria um desperdício escolher apenas uma. Não falou em aproveitar a juventude ou o momento e nem alegou que teria dificuldade em escolher. Disse apenas que é difícil achar alguém especial.

Na hora, parado com ele na porta do elevador, aquilo me pareceu apenas uma desculpa para quem, afinal, está curtindo a abundância. Foi depois que eu vim a pensar que existe mesmo gente especial, e que é difícil topar com uma delas.

Claro, o mundo está cheio de gente bonita. Também há pessoas disponíveis para quase tudo, de sexo a asa delta. Para encontrar gente animada, basta ir ao bar, descobrir a balada, chegar na festa quando estiver bombando. Se você não for muito feio ou muito chato, vai se dar bem. Se você for jovem e bonita, vai ter possibilidade de escolher. Pode-se viver assim por muito tempo, experimentando, trocando de gente sem muita dor e quase sem culpa, descobrindo prazeres e sensações que, no passado, estariam proibidos, especialmente às mulheres.

Mas talvez isso tudo não seja suficiente.

Talvez seja preciso, para sentir-se realmente vivo, um tipo de sensação que não se obtém apenas trocando de parceiro ou de parceira toda semana. Talvez seja preciso, depois de algum tempo na farra, ficar apaixonado. Na verdade, ficar apaixonado pode ser aquilo que nós procuramos o tempo inteiro – mas isso, diria o meu jovem amigo, exige alguém especial.

Desde que ele usou essa fatídica expressão, eu fiquei pensando, mesmo contra a minha vontade, sobre o que seria alguém especial, e ainda não encontrei uma resposta satisfatória. Provavelmente porque ela não existe.

Você certamente já passou pela sensação engraçada de ouvir um amigo explicando, incansavelmente, por que aquela garota por quem ele está apaixonado é a mulher mais linda e mais encantadora do mundo – sem que você perceba, nela, nada de especial. OK, a garota é bonitinha. OK, o sotaque dela é charmoso. Mas, quem ouvisse ele falando, acharia que está namorando a irmã gêmea da Mila Kunis. Para ele ela é única e quase sobrenatural, e isso basta.

Disso se deduz, eu acho, que a pessoa especial é aquela que nos faz sentir especial.

Tenho uma amiga que anda apaixonada por um sujeito que eu, com a melhor boa vontade, só consigo achar um coxinha. Mas o tal rapaz, que parece que nasceu no cartório, faz com que ela se sinta a mulher mais sensual e mais arrebatada do planeta. É uma química aparentemente inexplicável entre um furacão e um copo de água mineral sem gás, mas que parece funcionar maravilhosamente. Ela, linda e selvagem como um puma da montanha, escolheu o cara que toma banho engravatado, entre tantos outros que se ofereciam, por que ele a faz sentir-se de um modo que ninguém mais faz. E isso basta.
(aqui rolou identificação. Muita!)
 
É preciso admitir que há gente que parece especial para todo mundo. Não estou falando de atores e atrizes ou qualquer dessas celebridades que colonizam as nossas fantasias sexuais como cupins. Falo de gente normal extremamente sedutora. Isso existe, entre homens e entre mulheres. São aquelas pessoas com quem todo mundo quer ficar. Aquelas por quem um número desproporcional de seres humanos é apaixonado. Essas pessoas existem, estão em toda parte, circulam entre nós provocando suspiros e viradas de pescoço, mas não acho que sejam a resposta aos desejos de cada um de nós. Claro, todo mundo quer uma chance de ficar com uma pessoa dessas. Mas, quando acontece, não é exatamente aquilo que se imaginava. Você pode descobrir que a pessoa que todo mundo acha especial não é especial para você.

Da minha parte, tendo pensado um pouco, acho que a pessoa especial é aquele que enche a minha vida. Ela é a resposta às minhas ansiedades. Ela me dá aquilo que eu nem sei que eu preciso – às vezes é paz, outras vezes confusão. Eu tenho certeza que ela é linda por que não consigo deixar de olhá-la. Tenho certeza que é a pessoa mais sensual do mundo, uma vez que eu não consigo tirar as mãos dela. Certamente é brilhante, já que ela fala e eu babo. E, claro, a mulher mais engraçada do mundo, pois me faz rir o tempo inteiro. Tem também um senso de humor inteligentíssimo, visto que adora as minhas piadas. Com ela eu viajo, durmo, como, transo e até brigo bem. Ela extrai o melhor e o pior de mim, faz com que eu me sinta inteiro.

Deve ser isso que o meu amigo tinha em mente quando se referia a alguém especial. Se for isso vale a pena. As pessoas que passam na nossa vida são importantes, mas, de vez em quando, alguém tem de cavar um buraco bem fundo e ficar. Essas são especiais e não são fáceis de achar. 

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Para um leitor especial...

Malandro é o inglês que não sabe o significado da palavra saudade. Perdem o ônibus na mesma intensidade que sofrem por um amor perdido. Já escrevi sobre saudade e como as redes sociais mascaram um sentimento de perda. Mas uma coisa é a saudade de quem partiu, outra é perder alguém que se ama... pra outra pessoa.

E aí lá vem o Facebook mostrar mais um casal feliz que se intitula “para sempre”. E o novo consorte, que coitado nada tem a ver com as juras alheias de amor infinito que foram em vão, é instantaneamente odiado pelo ex e seus relativos.

E quem nunca esteve no papel acima que atire a primeira pedra... Eu, na minha primeira vivência, era o ser mais evoluído do mundo, que “rezava todas as noites desejando a felicidade dele”. Mas, mesmo mais de ano depois do término, vi uma foto de casal e instantaneamente um buraco se abriu na boca do estomago, causando um vácuo e uma certa sensação de não sentir mais os pés pisando no chão. A segunda, não foi bem um namoro, mas um excelente “prospect” que eu deliberadamente abri mão. Ve-lo com outra me trouxe de volta ao vácuo. Outras ocorreram, e certamente o oposto também ocorreu, mas alguém quer falar sobre ver o casal enquanto AINDA há um sentimento reprimido? Dói né? E não importa a idade.

Às vezes dá até vontade de nunca ter vivido aquele sentimento, nunca ter conhecido, nunca ter se envolvido. Dá vontade de bater a cabeça no canto certinho do cérebro onde todas as lembranças recentemente vividas são armazenadas. Mas quando passa – leia-se quando se conhece um novo amor que será maior que o anterior – tudo que fica são as boas lembranças, ou apenas lembranças.

E não adianta tentar reviver o mesmo, o novo de novo. O que passou passou, fomos felizes enquanto casal mas se acabou, algo não estava encaixando. Também não adianta dizer que está tudo bem. Cada dia é um dia, e cada história uma história. Um sentimento só vale a pena se for recíproco. Se for unilateral não é perda, é inveja. E a gente só tem a autorização divina de ter inveja daquilo que podemos ter, o que então denominamos exemplo, perseverança, meta, ambição.

A vida anda, e anda rápido. Quem ainda é jovem tem a sensação que a vida vai durar só mais dois anos e quer resolver tudo agora. Não é bem assim... a gente nem sabe onde está guardado o nosso. Uma cartomante (sim, uma cartomante, juro que faz tempo) me disse que o “meu” nem morava no Brasil. Mas ela também disse que eu receberia uma grana em novembro passado, que ainda não veio... Isso só exemplifica o que eu quero hoje: (me) provar que a gente não sabe de nada da vida. Não sabemos onde vai dar tudo isso, em que vai dar. Uma relação com uma pessoa sempre traz frutos, mas muitas vezes não são o que tínhamos em mente quando a conhecemos. Pode ser uma linda amizade, pode ser um futuro casamento, nosso ou de amigos em comum, pode ser uma parceria comercial. Pode ser uma inimizade ou... PODE NÃO SER NADA. Só lição de que na vida nem tudo é escrito a caneta...

E que não precisa de tanto para ser apagado ou esquecido, é só querer – e parar de fuçar no Facebook.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Para cada amigo, uma família

Eu não tive um amigo imaginário na infância. Meus primos, em sua grande maioria, são bem mais velhos, pelo fato de eu ser filha da caçula da família, que ainda teve filho bem mais velha. Não tenho nenhum amigo da época das fraldas e minha infância com meu irmão foi conturbada, isso até...

...Isso até os tempos de escola, quando numa inesquecível piada eu me liguei à uma dessas irmãs que a vida espalha por aí. Estudamos juntas por 3 anos apenas, até que ambas mudaram de escola. E de cidade, e até de país. Eu não tenho contato com mais ninguém desta escola, apenas com aquela que por tantas vezes me fez até fazer xixi nas calças de tanto rir, que brincamos de boneca, jogamos stop, andamos de patins, cozinhamos bolinhos de chuva sem nenhuma consistência, tomamos banho de esguicho, bexigas d’agua... dividimos tantas experiências quanto irmãs poderiam compartilhar. Tomei bronca dela, da mãe dela, da avó dela, da irmã dela... é, amigo é a família que a gente escolhe.

... Isso até os tempo de colégio, quando num boato mal intencionado, eu fiquei por meses sem olhar para a cara desta pequena que, os poucos, acabou se aproximando. Inteligente, sagaz e com um quê de querer ser maloqueira. Usava jeans e allstar, cabelo comprido e não fazia a sobrancelha. Acabou virando uma parceira de estudos, quando a única nota baixa de nossas vidas nos desafiou. Anos depois, namorados depois, ninguém a conhece como eu. Cada tom nas palavras, seu perfeccionismo que contrasta com a desatenção e desapego. Baladas, festas, jantares – e omissão de alimentos, caronas , salto alto e a conta de celular. Eu, durante um tempo, fui mais parceira da mãe dela do que dela... é, amigo é a família que a gente escolhe.

...Isso até os tempos de faculdade, quando as turmas eram tão bagunceiras e bagunçadas. Eu, que mal havia chegado, virei a mesa de uma turma fechada, apontei podres e, numa situação um tanto delicada (que hoje parece tão pequena) selecionei algumas que me acompanham até hoje, uma delas lá de longe, do outro lado do mundo (se é que o mundo tem lado), e uma outra virou parceira, equipe, companheira de cerveja perfeita... é, amigo é a família que a gente escolhe.

...Isso até os tempos de Londres, quando precisou estarmos milhas distantes para entendermos o quanto a gente se dava bem. Flatmate, bedmate, mate... uma amizade que uniu mais que duas brasileiras no exterior, virou irmandade mesmo, me defendeu com unhas e dentes literalmente, me deu colo, mesmo sem nunca ter passado a mão na minha cabeça pra nada – de todas, é a que mais dá bronca. É a que se exalta, mas sempre fala a verdade. E não veio só ela, o pacote incluía os amigos dela, a rua dela, a casa dela... é, amigo é a família que a gente escolhe.

...Isso até a vida dar uma reviravolta, quando eu precisei sofrer e me decepcionar com um e ganhar dois presentes da vida. Foram ofensas gratuitas, um ódio desnecessário, uma briga inexistente. E o perdão. A amizade que nasceu do acolhimento, a maturidade, o entendimento dos caminhos que a vida nos coloca. Entender que meu carma era na realidade conhecer a “inimiga” e ganhar uma amiga pra virar uma equipe, ou então uma companheira de viagem, de música verde e de freada brusca. A amizade excedeu os limites nacionais, e foram empanadas, Natais e Reveillon... é, amigo é a família que a gente escolhe.

...Isso até o ambiente de trabalho, o amigo do amigo, o chefe, o instrutor da academia, o vizinho... ah, estas histórias vão ficar para o ano que vem, assim dá tempo de a gente ter mais e mais história para contar!

Amigo. A família que a gente escolhe.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O amor não tira férias

Quantas e quantas vezes não ouvimos as histórias de amores de verão. Quantos filmes, novelas, livros, quantos contos que desejamos nossos, quantos devaneios sobre paixões avassaladoras que nos acometem em questão de segundos, quando menos esperamos.

Tudo que precisavámos fazer era nos abrir à elas.

Tudo que precisávamos era esquecer.

As férias da minha vida. Assim que chamo o último mês vivido, título plagiado descaradamente porém vivenciado profundamente. Foram 30 dias de descanso, viagens, risadas e devaneios. Mãos no bolso, pés na estrada, na calçada, no metrô, no trem, no ônibus, em cima e sem salto. Mente lutando em ficar vazia, coração insistindo no desapego, e eu apenas vivendo toda esta luta de sentimentos, com os olhares cobertos por lentes escuras protegidos do escasso sol que a terra de céu cinzento permite raiar. O cinza combinava com a alma, combinava com as letras miúdas que insistia em acompanhar, como um livro virtual de cabeceira.

Três semanas depois, o sol surgiu, o verão chegou tarde no velho continente. Com o sol, ele veio, alto, de gargalo, difícil de entender, mas o olhar disse tudo, mesmo no idioma estrangeiro. Entre beijos e festas, uma conversa profunda sobre a vida selou o primeiro encontro, aquele que seria o último. Minhas asas, que mesmo vermelhas se confundiram com as de um anjo, não foram fortes o suficiente para me tirar do chão, e eu acabei voando para outra direção. Mas o sol me trouxe a lembrança e o cupido, aquele armado não com flechas, resolveu de novo agir: o sol se pôs e eu continuei a olhar o horizonte, com uma imagem ruiva na cabeça.

O último dia de viagem chegou, já saudoso, tenso, com tanto a fazer. Mas a escolha foi feita. Tudo para o ar, quis a companhia, o toque das mãos grandes, os elogios, as fotos, o abraço incrivelmente confortável. Justamente no último dia. Na última noite. Eu fui, com um beijo enquanto ele dormia, e parti.

E hoje são dois os oceanos que nos separam. Amanhã serão cinco. Um dia talvez, nenhum, ninguém sabe.

O que eu sei é eu me abri. E que o amor da vida real também não tira férias.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Agradeço a Santo Antônio pela graça alcançada!

Promessa é dívida. E quando se trata de Santo Antônio vira questão de honra.

Mesmo remota, não esqueci nem por um segundo que dia tão brasileiro era hoje. Até porque eu fiz uma promessa há uns tempos, dizendo que no momento propício eu contaria essa história.

Sim, a promessa não foi bem para o santo, foi à uma amiga carola, que ficou arrepiada ao saber o que o danado aprontou desta vez.

Há exatos 9 anos, ou seja, MUITO tempo atrás, uma amiga - hoje a parceira de cervejas - surgiu na faculdade com um saco de pão, o batizado pão de Santo Antônio, que traria sorte aos solteiros. Justa como sempre, trouxe aos amigos comprometidos um sonho de valsa. Eu, solteira convicta, ganhei o pão, e devorei-o, mas mais por fome que por qualquer crença e, ingênua, sugeri que a amiga oferecesse o pão à um rapaz que era colega de faculdade. Sem segundas intenções, posso jurar com o aval do santo. No dia seguinte, lá estava eu enamorada pelo tal rapaz, e assim foi durante os outros 5 anos, quando o segundo contato com o santo aconteceu.

Porque quem namora por 5 anos já não é "for fun", e eu vivia num meio termo que me incomodava todos os dias às 20h, quando deixava o trabalho. E a situação ficou cada vez mais complicada quando notei uma certa falta de sintonia quanto ao futuro do relacionamento. Foi quando um amiga querida se casou e passou pra mim uma tradição, que havia sido passada a ela tempos antes, quando ela terminara uma relação de 11 anos (ela se casou com o amor da vida, menos de 1 ano depois do término do namoro e hoje tem um sorriso de orelha a orelha) que já estava super desgastada. A orientação era: peça não um casamento, mas um destino, um encaminhamento. Coloque-o de ponta cabeça e todos os blablabás que sabemos, que contam com copos de água, fitas e amarras. Meio incrédula - ainda - o fiz. Mas do meu jeito.

Me senti desconfortável (e até ridícula) em colocar uma imagem imersa dentro de um copo por período inderteminado. Então "conversei" com o santo, e pedi assim o tal encaminhamento. Pedi que eu apenas fosse feliz, não exatamente naquele relacionamento, mas na vida, feliz comigo. Que eu estivesse com quem me fizesse realmente feliz e me fizesse bem. Que meu futuro no amor fosse próspero, seja ele num então casamento com aquele que namorava, seja em um novo grande amor. Eu apenas queria que tudo desse certo. Combinamos que ele ficaria ali, guardadinho, no fundo do armário, de pé e sem amarras, e qua a próxima vez que nos veríamos eu saberia que ele já havia mexido os pauzinhos dele e que tudo já estaria resolvido.

É claro que eu me imaginava casada no momento de reencontrar o Santo.

Mas, pelos pauzinhos e peripécias do destino, meu reencontro com o Santo foi ao arrumar minhas malas, de mudança - então por tempo indeterminado - para Londres, um ano depois. Eu estava solteira, livre, começando uma nova vida. Ainda, foi preciso mais tempo para entender o porquê de tudo. Este tempo foi o mais importante da vida, e me ensinou muito. Não desdenho do meu passado, cresci e aprendi demais com ele. Fui feliz e fui triste, como qualquer um em qualquer relacionamento.

O Santo continua bem guardado, sem amarras, sem pedidos, sem promessas. Porque eu sei que ele só vai "atuar" na minha vida amorosa quando realmente valer a pena. O santo sabe bem quem e o que eu quero, e eu sei que ele só vai me dar aquilo (e aquele) que realmente fizer por merecer, for para ser. Uma relação justa, eu diria.

Hoje, solteira, agradeço a Santo Antônio pela graça alcançada.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Frio na barriga

Me perguntaram pelo menos mil vezes: "você está com frio na barriga?". E a resposta invariavelmente era não, não estava. E não sei porque, parecia que não era real, não era comigo, não iria acontecer, porque algo na última hora me desviaria do caminho. Mas nada disso aconteceu, e eu cheguei.

Cheguei onde queria, do jeito que queria, mas o frio na barriga não veio. Foi perfeitamente normal, como se fizesse parte da minha vida, aliás, como se nunca tivesse saído da minha rotina. Eu sabia exatamente onde ir e o que fazer. Não houve confusão, não houve espera. Nem houve o grande reencontro de mim com meu passado. Foi tudo perfeitamente monótono.

Rótulos, canais, rostos e faces. Todos os mesmos. Mas mais bonitos.

Moedas, canais, tecnologias. Todas as mesmas. Mas mais acessíveis.

Idiomas, sotaques, vozes. Todos os mesmos. Mas (desta vez) compreensíveis.

Lembranças. Todas diferentes.

Um ar de nostalgia em cada passo, que tento esconder com um sorriso que prendo no canto da boca.

As mãos continuam no bolso. Os fones de ouvido continuam presentes, o vento bate forte nas pernas à mostra, insistentemente à mostra. Os óculos escuros mostram um novo momento, emolduram uma outra beleza que contempla a mesma paisagem.

Então, no momento perfeito, o frio na barriga veio e me deixou por cerca de 15 minutos paralisada na sacada do apartamento, contemplando esta paisagem. Perdida em pensamentos e expectativas me deixei levar pelo frio na barriga.

Será então minha rotina por estes 30 dias, acordar e visitar a sacada, para reviver o frio na barriga.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Delete

Um turbilhão de pensamentos na cabeça. O peito explodindo, mas não consigo expressar em palavras o que sinto. Não porque me as faltam, pelo contrário, SOBRAM. Falo demais, escrevo demais, esta é a lógica. Toda vez que começo um parágrafo, me sinto num divã e desabafo coisas que a internet não suporta. Este não é um diário que está debaixo da cama, infelizmente nem tudo pode ser escrito e publicado. Mas escrever ainda me alivia muito, portanto, nada substitui a tecla “delete” do meu companheiríssimo teclado. Ah se ele falasse tudo que traduz em seu magnifico código binário...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Paul... here, there and everywhere!

O universo está sempre à nosso favor, não importa o que aconteça. “Obrigada Universo” foi a máxima de uma viagem que só veio para acrescentar, mesmo que a subtração de alguns itens e sentimentos tenha se feito presente.

Uma viagem feita de números, setas, bolos e sentimentos. Memórias, recordações e histórias. Se alguém me dissesse em meados de 2008 que 3 anos depois eu faria uma viagem simples porém memorável, que ficaria marcada pra vida com aquela garota de adjetivos intensos, que chegava com sua bolsa a tiracolo e seu humor peculiar de carolinas – assim mesmo, com letra minúscula – eu duvidaria. Até porque, naquele momento, Paul era outro. Era um que tinha uma ou outra música boa, mas tinha aquela música que eu não gostava. Era aquele que fez parte de uma fase intensa da minha vida, que formou grande parte do que meu coração é hoje, mas era apenas Paul.

A vida – sua caixinha de surpresas – se encarregou de tudo sozinha, eu fui só acompanhando o ritmo da trilha que ela fez pra mim. Começou com o fundo musical de uma guitarra e alguns acordes, entoando a música do meu nome. E me levou pra casa deles, daqueles quatro que me embalaram aqui, lá, em qualquer lugar, mostrando que nada mudaria meu mundo e que alguma coisa em mim era especial. E eu percebi que há muito mais tempo eles estavam lá, me dando aquela força para que eu pudesse superar qualquer coisa (meus amigos). Logo eu me vi embalada e seduzida, encantada...

Veio o filme, uma nova música especial só dele, que só me lembrava o Paul (aquela outra ele nem canta mais...), e com esta nova canção, um novo sentimento de amor – ou vício, ou apego. Mas essa Paul McCartney insistiu que ele não toca na turnê “Up and Coming”. Aliás, o nome dessa turnê casa com as coincidências que o destino (aquele que eu teimo em chamar de esotérico) gosta de me colocar.

Foram 3 dias de viagem. Rio de Janeiro com cabeça no colo, bolo itinerante, praia com frio, sotaque e uma sensação que eu sempre neguei. Foi no dia que Paul cantou para meu coração – ele disse “deixa estar” – eu tive a resposta que eu precisava, há tanto tempo. Uma resposta que me deixou feliz e me libertou, uma canção simples que ao som do coro de 45mil pessoas, se fez mais que ouvida; sentida. Foi quando Paul disse tchau e eu, novamente, disse oi para ele, eu vi que nunca é o fim. Foi quando eu vi que toda musica que Paul canta é para mim – ou ele interpreta muito bem. E quem é que resiste ao charme de seus suspensórios e seus traços incontestáveis de um eterno Beatle?

Foram 3 dias ainda de uma relação de amor com o Rio de Janeiro. Me sentia carioca, uma exemplar garota de Ipanema, meus olhos brilhavam a cada passo que dava naquele lado da cidade maravilhosa. Uma relação de amor unilateral: foi quando duvidaram do meu bolo que eu vi que o Rio é o Rio. E que eu sou eternamente paulista, com meu "s" e "r" bem do meu jeito - que pode mudar, só se eu quiser...

Fica Paul, vai ter bolo!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Get Back

De novo, ansiosa.

Aliás, sempre ansiosa, mas sempre de maneira sutil. Desta vez não, a ansiedade é dupla, tripla.

Um show apenas, nada demais. Um show já visto antes, na mesma turnê, mas que por motivos de excesso de adrenalina - e dela,  de ocitocina - eu não consigo lembrar de detalhes. Eu estava tão eufórica que só lembro do macro. Lembro das lágrimas, lembro do coração se aquecendo, lembro da chuva, dos vídeos gravados e da sensação de que aquilo era um pedaço da minha banda favorita, aquela que toca todas as músicas que eu preciso pra montar a minha trilha sonora.

Mas dessa vez não haverá vídeo, não haverá chuva também, São Pedro prometeu. Dessa vez a companhia é inédita, é de matar a saudade de muitas coisas, e de descobrir momentos novos.

O novo. Eu preciso do novo, e não do de novo. Ansiosa pra saber quando me abrirei ao novo e abandonarei a mesmice e a falta do de novo.

De novo, Paul.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cartas na mesa

Eu cismei que queria aprender pôquer. E numa viagem, que por definição quanto mais pessoas numa mesma viagem, maior a probabilidade de chuva, aprendi todas as regras.
Mas nunca soube jogar.
Sei as regras, mas descobri que só isso não basta. Tem que saber blefar. Saber apostar. Saber arriscar.
Mas alguém sabe perder? Sabe me ensinar a perder? Porque se eu não souber como vai ser quando perder, como terei coragem de arriscar? Como colocarei todas as cartas na mesa se eu não souber o que acontece quando eu tiver que deixar a mesa?
Como eu vou me sentir? Me olharão? Sentirão pena, desprezo ou é tudo mesmo só um jogo, e em breve eu estarei sobre o veludo verde novamente?
Acho que é por isso que eu tenho tanto medo de arriscar e jogar. Medo de não saber viver nas regras do pôquer. Medo pela quantidade de interrogações que eu coloco antes mesmo de as cartas serem distribuídas.

E pelo simples medo de perder com as cartas boas que tenho em mãos, me calo com um par de ases.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ocitocina, sua linda!

Pra matar a saudade de me sentir assim, vívida, feliz. Com aquele aperto no peito inexplicável, suspiros insensatos, um rosto que persiste no pensamento, não importa onde ele esteja. Um rosto no inconsciente, o sonhar, o divagar... de quantos filhos, onde morar, que cor pintar o quarto, que carro teremos para carregar toda a família para a casa no interior no fim-de-semana, colher frutos no pé-de-amora. A cor favorita, a letra de mão, a cor dos olhos, dos cabelos, as pintas pelo corpo, medir mãos, tocar a ponta do nariz, afagar os cabelos, auto-retratos...

Ah o corpo humano e sua sabedoria infinita de até mesmo saber nos fazer apaixonar, como, onde e por quem.

Porque é ela que faz tudo isso acontecer. É a ocitocina que decide, por cálculos e recálculos inconscientes, que é com este ou aquele macho-alfa que a mulher quer procriar. Por isso, o corpo libera uma dose de paixão no cérebro. Dose essa que é revigorada, por manutenção, a cada vez que cada um desses momentos volta à lembrança. Portanto, para o corpo humano, lembrar é amar.

Amor este quase que exclusivo das mulheres. Porque a ocitocina foi feita para criar o laço materno, no amamentar, no parir, no conceber. Sim, é a dose cavalar de ocitocina liberada no orgasmo que faz o útero se empenhar para o conceber. Por isso, entre erros e acertos, podemos dizer até que não existe sexo casual para a mulher: a cada orgasmo, uma dose de paixão/ocitocina é liberada. Se olhar nos olhos de uma mulher durante um orgasmo, irá ver o amor florescer em seu corpo, a cada vibração, a cada arrepio e toque. E é pela ocitocina também que mulheres amam chocolate sobre todas as coisas. Chocolates e feromônios, todos no mesmo patamar.

É.. o corpo e suas peripécias para o amor.

Nada como uma nova dose de ocitocina para girar a roda da vida.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

E pra não dizer que eu não falei de flores...

Esse dias acordei com uma lembrança na cabeça.

Lembrei de flores. De lírios mais precisamente. Há algum tempo recebi uma agradável surpresa. Uma caixa branca, bem embalada, com um conteúdo extasiante. Dois lírios, cor-de-rosa, abertos, vívidos. Perfumados. Um perfume que inebriava, que alcançou todos os cantos do então escritório. Não havia remetente, e não saber quem havia me enviado tal presente encheu meu coração de esperança.

Depositei no “Lírio” – como eu o chamava - todo meu amor, tudo aquilo que eu tinha pra dividir, compartilhar. Cuidava das flores com zelo, conversava com elas. De tempos em tempos, parava meu trabalho no computador e apenas as observava, suspirava por vezes. E então, me aproximava e sentia o perfume que exalava, tão forte, tão doce. Por dias seguidos, tinha a ponta do nariz manchada pelo pólen, e isso me fazia feliz.

Por dias então, pude dar meu amor recebendo nada além do doce perfume da flor em troca, e isso me bastava. Porque era puro, era verdadeiro, era natural. Porque o Lírio entendia o que eu queria, dava o que eu precisava. O Lírio preenchia um vazio no meu peito, me dava esperança que tudo ficaria bem.

O Lírio partiu, mas não sem antes me dizer que todo aquele amor que eu tinha guardado em mim não era em vão. E lírios sempre têm razão.

Lembrar do Lírio me faz amar. Me faz entender meu amor guardado, me faz acalma-lo, aquiesce-lo. E sorrir.

E eu que achava que gostava mesmo era de rosas.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A Carta

"Eu voltei. Consegui sair da armadilha onde fui aprisionada. Há algum tempo você me pediu ajuda, me pediu conselhos, e não seguiu. Se machucou, chorou, se iludiu, se enganou... e um tempo depois me fez certa, admitiu que fez a escolha errada, que seguiu o caminho mais longo e com mais obstáculos. E me disse que jamais me abandonaria. Fez juras de fidelidade, espalhou aos quatro ventos que era diferente e que não se deixaria mais enganar.

Eu, racional, duvidei mas fiquei como você sempre gostou: calada. Eu sabia que, no fundo, você não falara a verdade.

Mas você foi faceira, menina! Me manteve por perto, seguiu alguns conselhos, agiu até corretamente em tantas das suas peripécias. Eu poderia jurar que você havia tomado juízo. Eu mal conseguia crer que você se afastou de perigos, evitou confrontos, alinhou expectativas com a realidade. Eu vi quando você viu sua relação de maneira racional, me enchi de orgulho ao te ver se colocando de maneira clara. Vi quando você se focou naquilo que queria, vi também quando alguns tentaram tirar proveito da sua inocência e você foi forte e segura. Vi ainda quando você, ao achar que tinha se apaixonado, agiu e mesmo com a negativa da reciprocidade, sequer se abalou. Eu até achei que tinha te feito perder a capacidade de chorar. Ou de amar.

E foi então que eu me enfraqueci perante este medo. Não é do meu feitio tornar as pessoas duras e frias. O que eu quero é que tudo se equilibre, só isso. Ao ver meu recuo, ela veio sorrateira e te tomou de minhas rédeas. Se apossou , e eu jamais esperaria de você - justo de você - ações tão premeditadas, atitudes tão adolescentes, tanta inconsequência. Te vi perdendo por completo o senso de realidade, e por ventura perdendo sua autoestima. Eu me fiz em rostos conhecidos para tentar ainda te acompanhar, mas ela foi mais intensa. Pudera, ela é sempre intensa, e te cegou. Te colocou em momentos, situações, sonhos. Te fez dormir e sonhar, te fez viver neste sonho. E enquanto também te aprisionava, me colocou fora da sua rotina, da sua vida. Me prendeu no limbo, em algum lugar entre a realidade e o impossível, onde eu não me situava.

Foi difícil voltar. Mas mais difícil foi ouvir de você mesma que o que você fazia era o correto, o que te faria feliz. Por vezes – inúmeras – clareei sua mente, alinhei seus pensamentos, confrontei-te. Mas vc estava forte, me vencia. Foi quando eu vi que um golpe não a derrubaria, que você se levantaria mesmo que cega. Então, mudei minha tática. Deixei você ir até onde quis, fiz você sentir minha falta, fiz você, emocional, pedir por mim. Agi como uma mãe ao ensinar seu filho. Doeu em mim te ver sofrendo, mas eu sabia que seria a única maneira de te proteger da vida.

E então, pude voltar livre, e agora estou ao seu lado. Já consegui abrir seus olhos, você já pediu para ouvir a verdade – que não é nem de longe aquela que você descreve. Estou ensaiando as palavras da verdade, porque não quero te perder de novo, e nem quero te tomar por completo.

Você, finalmente, se livrou das amarras da emoção.

Que emoção!

Ass.: Eu, sua Razão."

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Só os olhos não mentem

Todo mundo quando era pequeno ouviu a história do garotinho que mentia muito, um dia estava correndo perigo mas ninguém acreditou que fosse verdade. Todo mundo leu, assistiu e ouviu as histórias  - em suas tantas versões – de Pinóquio, e de fato tinha medo do nariz crescer. E todo mundo uma dia acreditou na velha história da manga com leite, ou do banho depois do almoço - embora nunca ninguém tenha ouvido falar de alguém que teve um piripaque num churrasco de sitio... É, uma famosa “mentira branca”, que de tão propagada virou até lenda urbana.

Eu defendo a verdade, sempre. Mas isso é puritanismo, eu admito. Mas defendo mais ainda que me falem a verdade.

Eu sei, às vezes as pessoas mentem por tentar proteger, ou por medo de magoar. Ou por pura covardia de falar a verdade. Sim, eu também sei que a verdade dói, mas descobrir mentiras destrói. Quando sabemos a verdade, nua e crua, a dor é lancinante, mas é afagada pelo alívio, tira a pressão, mostra o caminho a se seguir. Descobrir depois de tempos algo que te iludiu é como perder parte da sua própria essência, da sua história. É como ganhar uma cicatriz feia do dia para a noite.

Aos defensores do omitir não é mentir, ganham aqui uma parceira. Mas omitir não é enganar. É deixar pequenas pistas de uma verdade, por meio do silêncio. Enrolar alguém não é omissão, é falta de comprometimento. Ignorar uma ligação, uma mensagem, um apelo, é mostrar sua face para o leviano. Que a omissão venha sempre acompanhada do caráter. Se há algo maior em jogo, que seja dito, escrito ou no mínimo sutilmente revelado.

Hoje é dia da mentira. O único dia que eu taparia meus ouvidos para a verdade. O dia que eu não ligaria de ouvir falsos elogios, histórias incríveis nunca vividas ou declarações de amor descabidas. Porque eu viveria apenas o hoje. Eu acreditaria no “eu te amo”, porque eu sei que, por mais que alguns possam mentir dissimuladamente, é difícil encontrar aquele que saiba mentir com o olhar.

Que todo dia seja 1º de abril.

Que todo “eu te amo” seja dito com o olhar.

Que eu engane pelo menos 3 pessoas hoje e meu desejo se torne concreto e humano.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O fim da vida de um nerd

Ele não olha para trás, ele senta virado para trás, tira do bolso sua hp e abre seu notebook, depois de muito digitar e fazer gráficos em pizza no excel, ele então, escreve suas conclusões no relatório final de sua vida:

"Percebo agora que tive ao longo de minha existência 10% de dias muito infelizes com alta taxa de depressão e volume de lágrimas, 10% de dias de profunda melancolia, 5% de dias de ira, 35% de dias normais onde eu simplesmente ia para o trabalho e voltava para casa, 25% de dias muito felizes e finalmente 15% de dias que fizeram a minha vida inteira realmente valer a pena."

Obs: Calculo aproximadamente que passei 22,2% do meu tempo entre alcoolizado e levemente alcoolizado (esse índice aumenta para 97% nos dias muito infelizes e nos dias de intensa felicidade).

Lembrando que há uma margem de erro de 1,5 percentual para mais ou para menos.
Original em Renat's Blog (Devaneio alheio, em uma sessão de trocas de pensamentos aleatórios e inspirações de uma companheira de leitura, escrita e risadas)

domingo, 27 de março de 2011

Sunday, bloody sunday...

Mais um domingo, mais um sentimento de final de semana acabando e todos meus anseios para ele não realizados. Mas um dia de pensar e pensar e pensar.... Mais uma tarde de engolir sentimentos e não admiti-los, não exterioriza-los. Não quero admitir nenhuma fraqueza. Não quero que ninguém saiba que por trás do meu novo sorriso branco há um caminhão de dúvidas e sentimentos confusos.

Porque as pessoas me confundem. Porque eu acredito em tudo que me é dito, crio expectativas monstros e me machuco com isso. Porque eu sou grande e quero ser uma rocha, mas o que ninguém sabe é quão frágil eu posso ser apenas com um toque, uma imagem, uma frase. Me torno pequena, indefesa perto do tamanho colossal do meu querer.

É esquisito sentir este turbilhão de sentimentos... e novo. É esquisito tentar equilibrar razão e emoção, insano até. Pra mim, sempre foi mais simples viver pela emoção. Agir, sem pensar. Meu peculiar imediatismo, que eu chamo de intuição. Mas a razão me dá provas claras que eu estou indo na direção errada, na contramão da sanidade. E eu insisto em me manter nessa estrada...

Sinto que minha vida tem se tornado a letra de um pagode de segunda categoria, um refrão de música sertaneja, que eu tento afogar em baladas de música eletrônica. Só que não tem jeito, no dia seguinte das batidas do Dj, nada é tão ensurdecedor como as batidas do meu coração.

No domingo, "I can't close my eyes and make it go away"...

Para beber uma coca: drops...

Mais um dia de devaneio, de palavras tristes escritas, de sentimento recluso. E, mais que isso, palavras também reclusas há alguns dias, direcionadas, que receosas, se mantiveram guardadas para que oportunamente se fizessem lidas e entendidas.

E então surgiu aquela marca, que eu lutei para me afastar dela... a Coca-Cola. Veio arrebatora na sua linha de campanhas publicitárias "feel good". E falou por mim, com a música de fundo, intepretada por crianças. O filme por si já é fantástico (dica: ver o original em espanhol - consegue ser ainda melhor que a versão br). E a música... bom, nada mais a declarar. Fez com que aquelas palavras fossem apagadas com um sorriso no rosto e um brilho no olhar...

Whatever - Oasis

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to say whatever I
Whatever I like
If it's wrong or right it's alright

Always seems to me
You only see what people want you to see

How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

Free to be whatever you
Whatever you say
If it comes my way it's alright

You're free to be wherever you
Wherever you please
You can shoot the breeze if you want

It always seems to me
You only see what people want you to see

How long's it gonna be
Before we get on the bus
And cause no fuss
Get a grip on yourself
It don't cost much

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Here in my mind
You know you might find
Something that you
You thought you once knew

But now it's all gone
And you know it's no fun
Yeah I know it's no fun
Oh, I know it's no fun

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

I'm free to be whatever I
Whatever I choose
And I'll sing the blues if I want

Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright
Whatever you do
Whatever you say
Yeah I know it's alright.

;)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Estrela cadente

Tenho desejos. Dos mais puros e simples aos mais sórdidos. Dos mais mundanos e carnais aos mais espiritualizados. Desejos que atendem ao meu corpo, ao meu ego, ao meu mundo e ao seu.

Desejo a felicidade. Ver o sorriso, aquele sorriso de canto de boca, que mostra uma alegria que não quer ser notada, ou mesmo aquele sorriso de 32 dentes que exalta uma piada, um momento, uma cena. Um simples mover de lábios, um concordar com a face. Desejo que a felicidade seja tão simples como resolver uma equação matemática. Dois e dois sempre serão quatro se você simplificar a vida.

Desejo o sucesso, a vitória, a conquista, o objetivo alcançado depois de inúmeros obstáculos. Obstáculos são sempre necessários. Ninguém olha pra trás com orgulho se não houver obstáculos superados a serem contemplados.

Desejo - e almejo, trabalho por isso - dinheiro, bens, materialismo. Porque é por eles que eu trabalho 30 dias do mês. Porque eu sou um ser humano, nascido no império do capitalismo, e admitir isso não me faz melhor ou pior que ninguém. Quero carros, casas, viagens, quero conhecer o mundo através dos goles das melhores cervejas e vinhos, na companhia dos melhores amigos, em momentos registrados pelas melhores câmeras.

Um milhão de amigos, todos desejam. Mas destes, para mim são suficientes apenas alguns verdadeiros para encher uma bela mesa, uma sala, uma festa. Quero poder dividir com meus melhores companheiros de infância a história do feriado, do final de semana, do dia... quero trocar emails, mensagens, ligações de horas. Ou mesmo poder pensar e saber que eles sempre estão lá por mim, em algum lugar.

Desejo ser a beleza, o desejo carnal e humano de alguém. Quero que minha pele exale o cheiro do pecado e da loucura. Quero sanar os desejos mais promíscuos e secretos de alguém especial, ser a fantasia secreta e indiscreta de alguém que me faça perder o fôlego e implorar para realiza-la. Quero paixão, ser paixão, sentir a paixão. Mas e também o amor. Puro e fraterno, de família, de amante, de companheiro. Amar e sentir o amor, pelos meus filhos, pelos meus pais. Por todos que me cercam. O calor do amor, sim, eu desejo o calor do amor.

Desejo saúde para poder viver com sanidade tudo que a vida me dá. Saúde para poder desejar e conquistar mais, para poder fazer o bem, por mim e por todos os outros. E fé, para acreditar que o que eu faço por mim e pelos outros é o melhor, fé para ter a certeza que eu sou instrumento de um bem maior que move o universo. Desejo ainda a paz, interior ou mundial.

Desejo, como Victor Hugo um dia o fez em poesia, que todos estes desejos sejam demasiadamente vividos, não só por mim, mas por você ou por quem mais ousar desejar. E ser.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Calcanhares

Não adianta querer olhar para mim e, descaradamente, desvendar meu interior. Se eu tenho um exterior – chame você de carcaça, escudo, forte ou apenas invólucro, limite-se a olhar e admirar somente o que eu permito que o mundo veja. Não queira se aventurar nas palavras que definem meu eu mais profundo, minhas dores e minhas fraquezas: elas não estão ao seu alcance e, se um dia estiveram, foi um lapso, um momento de baixa, um copo a mais que o permitido, um a menos que o necessário.

Meu mundo é o perfeito e o imperfeito, o certo e o errado, o padrão e o inaceitável. Meu mundo é aquilo que nem me vigiando dormindo eu permito que alguém descubra. Eu não choro, eu engulo e rio de mim mesma. Eu não me arrependo, eu faço dos meus erros história de mesa de bar. Eu não desabo, eu construo em cima do meu próprio castelo de cartas. E eu sou perfeitamente feliz na consciência do meu erro.

Porque, quando tudo desabar e eu olhar para trás, eu vou saber que eu fiz do jeito que, por momentos, eu fui feliz em acreditar que eu era forte e suficientemente brava para lutar contra o lado de fora do mundo. E, quando você virar para mim e disser “Eu te avisei”, eu já serei forte o suficiente para assumir o erro e continuar a minha vida com meu tradicional sorriso no canto da boca.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Serotonina

É incrível... eu estava bem, feliz e tranquila quando ganhei uma barra de chocolate. Guardei na gaveta, mas não consegui pensar em outra coisa senão o quanto eu queria devorá-lo. Consegui me segurar por 7 horas, quando comi a barra inteira em menos de 2 minutos. 
Agora eu, de novo, estou bem, feliz e tranquila... até o próximo chocolate...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Brincadeira de Criança

Quando eu era pequena, adorava minhas Barbies. Tinha, claro, o Ken, provando a safadeza nata da Barbie desde os anos 50. Tinha um bebê de Barbie, que hoje eu nem lembro de onde veio, e ainda tinha todos os apetrechos para a casa da Barbie.

A minha casa da Barbie era montada com as amiguinhas. Não era aquela padrão, vendida nas lojas, branca e rosa. Era montada mesmo, com os móveis de madeira feitos por habilidosos velhinhos que vendiam em suas feirinhas e lojinhas, além dos itens de cama, mesa e banho, enfim, todo o arsenal que utilizava o espaço de um quarto inteiro, onde improvisávamos bacias e tupperwares para a piscina, shampoos para o banho de banheira, pedaços de pano, almofadas, carpete e tecido para os casamentos, festas, enfim, toda a organização necessária para montarmos a casa da Barbie em estilo hollywoodiano.

Todo este processo durava horas. Montar uma casa inteira dava trabalho. Tanto trabalho que, depois de cerca de 3 a 4 horas montando tudo, já estávamos cansadas. Geralmente a brincadeira de Barbie em si durava menos de 30 minutos. Minhas amigas e eu nos entreolhávamos e ou deitávamos e dormíamos no meio da montagem, ou simplesmente decidíamos descer para o playground e ir brincar de outra coisa. O que era completamente descabido, porque geralmente era do playground que tínhamos vindo, cansadas do agito do balanço e decididas à uma brincadeira mais formal e instrospecta.

Passados inassumíveis anos, hoje eu me sinto exatamente naquele momento, onde estava cansada de preparar o terreno da brincadeira e querendo desesperadamente voltar para o playground. Passei tanto tempo me preparando para a vida que hoje eu já nem sei se estou onde quero estar, se a vida que vivo é a que quero. Criei uma expectativa tão grande que o tamanho desta me cansou antes de ver os resultados da brincadeira aparecerem.

Tudo que sei é que quero meu playground de volta.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aos olhos de Chico

Hoje é um dia de muitas palavras, de muito pensar, de tanto querer devanear... nestes dias as palavras faltam - ou sobram demais, e não consigo organiza-las. Nestes dias as palavras, imagens, lembranças, desejos... todos se embaralham, formam frases disconexas, pensamentos com uma única forma e conteúdo. A tristeza me inspira, a nostalgia me expira, a rotina me enlouquece. A simplicidade da vida me faz apenas querer ler, ver ou escutar, não hoje escrever.

Mas sempre existe a música para preencher qualquer lacuna, traduzir qualquer desejo ou apenas expressar um sentimento, liberar espaço no peito para novos devaneios.

Hoje, acordei lembrando dos lindos olhos azuis de Chico Buarque.

Futuros Amantes
Chico Buarque


"Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você"

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Para lápis ter ponta: apontador...

No meu último devaneio, citei um simples exemplo de um guardanapo com um telefone, clássico dos bons velhos e românticos tempos, para enaltecer como as coisas estavam ficando cada vez mais modernas, diferentes, mecânicas até.

Pois bem. Eis que, numa festa juvenil - no sentido literal da palavra - no sábado, um cidadão chega até a mim, pede meu telefone e saca do bolso... uma caneta! A reação que eu e minhas amigas tivemos foi a mesma: nos entreolhamos, como se estivéssemos frente à um... um... um telégrafo!

3 perguntas nos cercaram naquele momento:
1 - Oi?
2 - De onde você é?
3 - Você não tem celular?

Se eu dei meu telefone para o moço? Sim: 156. Ele anotou.

E para celebrar este devaneio, escuto Johnny Cash neste momento, para que, mesmo que apenas em música, eu possa voltar de verdade aos velhos tempos, de músicas românticas, saias rodadas e galanteios.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Unfollow

Quanto tempo a imagem de uma pessoa pode durar na cabeça de alguém? Por quanto tempo um cheiro pode trazer lembranças? E por quanto tempo pode-se ainda ouvir o tom daquela voz naqueles minutos de silêncio e devaneio, antes de dormir, durante o banho, dentro do carro...

Hoje não "curtimos" mais o verdadeiro pesar da palavra SAUDADE. Alimentamos a dor dela, sim, mas não sabemos mais como lidar com ela. O rosto, pode ser facilmente encontrado no Facebook, no twitter, nas fotos taggeadas, no foursquare - assim como o estilo de vida, gostos, rotina... O tom da voz pode ser ouvido no Youtube, em qualquer vídeo numa busca mais avançada.

Hoje ninguém mais se permite à falta, à saudade como a dor da palavra exprime. Não há mais um retrato antigo no criado-mudo, não há mais uma carta, um telegrama com palavras saudosas. Os retratos daquele rosto antigo, jovem, sépio, se atualiza constantemenrte, através de efeitos de aplicativos de celulares ultramodernos. Não se risca mais um número de telefone da agenda, ou enfim joga fora o guardanapo com o telefone dado no primeiro encontro. No máximo deletamos da agenda do celular e excluímos o histórico de SMS. É a tecnologia substituindo a memória - ou ajudando-a, como insistimos.

Quantas vezes ouvi falar em imagens que se esvaíam com o tempo - ah, só com o tempo. Que cheiros remetem à sensações, que se eternizam, mas que, como um mecanismo orgânico, o cheiro remete à memória e não o contrário - mecanismo esse de defesa de corações despedaçados, com certeza.

Eu não tenho um retrato seu, mas te vejo quando bem entendo, quando aperta o peito e eu revivo sensações e emoções de maneira puramente virtual. Mas isso não é bom, nada bom.

Eu quero cheiros, e a tecnologia ainda não chegou a este ponto.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Depois da tempestade... vamos trabalhar pela bonança!

E nem só de devaneios vive minha cabeça... Semana passada, como muitos, enfrentei a agonia e sensação de impotência frente à natureza. Minha cunhada mora em Nova Friburgo, e durante três dias ficamos sem notícias, sem informações, no desespero de que coisas ruins pudessem ter acontecido. Com a ajuda da equipe do meu trabalho consegui falar com muita gente na cidade, com a Defesa Civil, com a Polícia, Prefeitura, mas tudo em vão... (explicando, nada funcionava lá e eu utilizava rotas telefônicas de emergência para conseguir completar as ligações). Na sexta-feira, a boa notícia, que todos estavam bem, fora da cidade. Mas passaram por maus bocados. Resgate pelos bombeiros, perda de amigos, o escritório inundado, entre tantas outras perdas e tristezas. Mas, apesar de tudo, sem um arranhão.

O que fica dessa experiência para mim, para ela, para tantos, é a solidariedade. Vejo tantos amigos e pessoas próximas engajadas em ajudar, em participar, em pelo menos rezar por estas pessoas que perderam tudo, e para muitas delas, tudo mesmo!
Eu estou recolhendo doações entre meus amigos e no trabalho, tenho amigos fazendo o mesmo, repassei a campanha para as outras filiais da minha empresa. Em Porto Alegre por exemplo, as pessoas levam as doações para o cais, e somente um dos gerentes lá arrecadou 75 camisetas, fora as doações de alimentos e afins. O pessoal de Florianópolis depositou dinheiro para a compra de água. A ajuda está vindo até mesmo da Austrália, onde uma brasileira-aussie manda sua contribuição pela minha conta também – e olha que a situação lá também não é fácil. Isso fora todas as doações recebidas aqui. Coração está aquecido!
Mas, na tentativa de angariar mais e mais, encaminho um texto recebido do meu aluno, cujo cunhado Thiago está trabalhando como voluntário na arrecadação e envio das doações:

DOAÇÕES REGIÃO SERRANA

Primeiramente gostaria muito de agradecer a presteza e colaboração de todos, pois em apenas 24 horas conseguimos arrecadar aproximadamente R$5.200,00 (Utilizado para compras de suprimentos) e centenas de doações de roupas, alimentos , remédios, materiais de limpeza e mais... enchendo dois caminhões e dois carros grandes.
Ontem fomos pessoalmente para entregar as doações .Chegando lá vimos que a situação esta bem pior do que passa pela tv , aquilo esta parecendo um campo de guerra completamente destruido, cidades rurais acabadas , algumas só com escola é igreja de pé. 

 

 
Após nossa ida é que realmente vimos o que o povo de lá precisa de doações , muitas coisas que foram doadas , pouca serventia terão para esse primeiro momento, por isso relacionei uma lista abaixo com as prioridades. Muitos locais ainda não foram alcançados por meio terrestre , por isso a prioridade de doarmos alimentos para pronto consumo , que não precisam ir ao fogo. Na zona rural ainda estão sem agua, luz, gás e telefone.
Novamente agradeço muito a todos pela colaboração , porem as doações não podem parar, continuaremos as arrecadações para brevemente irmos a região serrana entregar os donativos. Comuniquem aos amigos de trabalho , faculdade, parentes... Vamos tentar arrecadar o máximo possível. Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês. Aos que estiverem interesse em doar, mas que não podem trazer a doação pessoalmente, também estamos arrecadando dinheiro para compra de suprimentos. Lembrem-se essa é uma campanha paralela , tudo que for arrecadado será entregue pessoalmente nas regiões afetadas.
Muitas famílias se salvaram e não perderam a casa, mas por dentro nada restou, então quem estiver alguma sobrando que possa ser doado, também estamos arrecadando, são os itens: GELADEIRA / FOGÃO / ARMÁRIOS / CAMAS / TELEVISÃO / MESA / CADEIRAS / SOFA / PANELAS / TALHERES / PRATOS / COPOS... 
  • ALIMENTOS DE PRONTO USO QUE NÃO NECESSITAM IR AO FOGO (Enlatados) : PRIORIDADE
Salsicha / Ervilha / Milho Verde / Atum / Sardinha / Pão de Forma / Biscoitos / Agua / Leite em Pó / Leite / Nescau / Leite Condensado / Pêssego / Figo...
  • ALIMENTOS DIVERSOS :
Arroz / Feijão / Açucar / Macarrão / Tempero Pronto / Miojo / Molho de Tomate / Farinha / Fubá / Sopa Pronta / Sal...
  • MATERIAL DE LIMPEZA :
Pano de Chão / Balde / Vassoura / Rodo / Desinfetante  / Álcool / Pá de Obra / Enxada / Sabão em Pó / Detergente / Cloro / Esponja...
  • MATERIAL HOSPITALAR:
Luva cirúrgica / Mascara Respiratória / Gase / Esparadrapo / Atadura / Algodão / Povedine / Antiflamatórios / Analgésicos...
  • ROUPAS DE CAMA E BANHO :
Toalha / Lençol / Cobertor / Colchão / Colchonete / Travesseiro....
  • HIGIENE PESSOAL :
Escova de Dente / Absorvente / Shampoo / Desodorante / Sabonete / Pasta de Dente / Talco...
  • MATERIAIS DIVERSOS :
Copo Descartável / Rações para Cães / Velas / Fósforo / Fogareiros / Lanterna com pilha / Fita Crepe larga / Fita Adesiva Larga / Sacolas Resistentes / Fitilio...
  • CRIANÇAS :
Mamadeira / Chupeta / Brinquedo / Leite Ninho / Roupas / Fralda / Papinhas / Leite NESTLE NAN / Lenço Umedecido / Hipoglos / Talco...

OBS:  Agradecemos a todos as Doações de Roupas , mas por favor NÃO DOEM ROUPAS por enquanto , os centros de Distribuições da Região Serrana estão abarrotados , vamos dar prioridade aos itens relacionados acima que são de extrema importância.

OBRIGADA A TODOS , VAMOS FAZER A NOSSA PARTE!!!!!!!

PS: Não vou postar os dados bancários, endereço e contato do Thiago aqui por questões óbvias, mas quem tiver interesse na doação, me mandem uma mensagem e eu passarei os dados bancários e de contato dele ok? Fiquem despreocupados, pois é uma pessoa super confiável!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se vai chover então deixa molhar!

Eu, que sou uma garota tão pensativa, perdida em sonhos e ilusões, sempre devaneando no mesmo tema, “over and over”... hoje resolvi escrever sobre a chuva. E que chuva! Hoje a cidade amanheceu caótica. Eu, num bom humor irritante aos olhos daqueles engarrafados e atrasados.

Na realidade, ultimamente eu tenho gostado muito de chuva. Descobri um poder de renovação incrível na água que cai do céu. A cidade inteira discorda, por razões óbvias, por ser Janeiro, por ser de concreto, por ser de manhã, por ser no fim do dia. Mas eu tenho me descoberto mais e mais a cada tempestade.

Semana passada, numa dessas tempestades de fim-de-tarde, eu me peguei dentro do carro, a ponto de querer abrir o vidro e colocar a cabeça pra fora! Meu coração estava apertado, uma sensação terrível, me sentindo presa em mim mesmo, querendo gritar, chorar (eu raramente choro por motivos amorosos. Propaganda de margarina não faz parte deste conceito) ou fazer qualquer coisa que tirasse aquele sentimento de dentro de mim. Sair do carro estava fora de cogitação por questões de leis de trânsito e segurança pública. Então minha solução foi entoar canções românticas dentro do carro mesmo, com tal força que os vidros tremiam. Nada, o aperto persistiu. Ao chegar em casa e ver minha garagem ocupada, me enchi de razão, parei o carro do outro lado da rua e atravessei até minha casa como se nada estivesse acontecendo. A água que corria na rua quase levava as sapatilhas dos meus pés, e aquela sensação tomou meu corpo. Não entrei em casa, apenas joguei a bolsa e "fui passear". Sim, na chuva, ou melhor, embaixo de um temporal, entre raios e trovões... e a água que caía me lavava, lavava minha alma e limpava meus pensamentos.

Em casa, banho tomado, fui dormir leve. Já a cidade... pontos de alagamentos, árvores caídas, quedas de energia. O que era bom pra mim prejudicava São Paulo.

Alguns dias depois, em outra rotina de exorcismo de monstros internos, a corrida no parque me fazia mais leve em vários sentidos. Sem sol mas num dia típico e abafado de verão, o suor que quase me fazia desmanchar em sais minerais foi diluído por gotas gigantes de chuva no meio da tarde... a corrida tomou um novo fôlego e correr na chuva me fez lembrar a primeira vez que corri, ainda do outro lado do oceano. Era outra situação de aperto, bem diferente, onde aquilo que o choro não foi capaz de fazer, a combinação corrida + chuva foi o elixir da vida para que eu continuasse minha trajetória com sanidade. Lembrei do frio de uma primavera cinza, da touca, da grama, da paisagem, das músicas. Lembrei de quantas  vezes em vão eu tentei correr por mais de um minuto, e que naquele momento quanto mais rápido eu corria, mais em êxtase eu me sentia. Claro que ninguém andou no dia seguinte... mas passados quase dois anos, lá estava eu, em outro momento, outros pensamentos, e a mesma sensação. Ah a chuva e sua capacidade de me transportar no tempo.

A cidade... reclamava da chuva que estragava o final de semana de tantos. A mesma chuva que eu levei pra praia horas depois, muvucando os convidados de um churrasco para baixo de um toldo apertado.

Hoje, enquanto tantos passaram a noite em claro no meio de alagamentos e das consequências trazidas pela chuva noturna, eu me fiz de bom humor. Eu sabia que levaria horas no caminho até o trabalho, sabia que as pessoas estariam irritadas, sabia que minha reunião atrasaria. Mas eu ativei o modo sorriso no rosto, entrei no carro e enfrentei a fúria da cidade contra aquela que hoje eu defendo com unhas e dentes. São Paulo pode ter perdido - por tempo indeterminado - sua batalha contra a natureza, com as enchentes, deslizamentos, acidentes, árvores, poluição... mas o que seria da vida sem a renovação que a chuva traz?

Se eu quero enumerar quantos beijos apaixonados, quantas danças e quantas brincadeiras de criança eu já vi/fiz na chuva? Não! Se eu quero entrar em questões governamentais, encontrar um culpado, acusar órgãos ou pessoas pelo lixo e pelo caos? Não! Quero apenas fazer minha parte no mundo, na vida. Quero construir o meu sem destruir o dos outros e, enquanto isso, poder tomar tranquilamente meu banho de chuva.

Ah tomar um banho de chuva! Um banho de chuva!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A arte de ser dos Outros

Quando eu estava aprendendo a dirigir, minha mãe sempre dizia que eu tinha que dirigir por mim e pelos outros;
Quando eu comecei a sair, minha mãe sempre dizia que confiava em mim, mas não confiava nos outros;
Quando eu comecei a estudar, tinha que estudar por mim e pelos outros (odiava trabalho em grupo!);
Quando eu assistia Lost, eu gostava da galera da praia e tinha medo dos Outros;
Quando eu quis aprender sobre religião, a Bíblia me disse que eu jamais poderia julgar os outros.

Então eu parei pra pensar:

São os outros que me machucam;
São os outros que me traem;
São os outros que abusam da minha boa vontade;
São os outros que amedrontam;
E são os outros que me julgam por me deixar ser machucada, traída, abusada, amedrontada e até mesmo julgada.

Depois de realizar tudo isso, de tanto viver e aparentemente tão pouco aprender, me pergunto: porque conviver com os outros é tão complicado mas viver sozinho é praticamente impossível?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

2011 com emoções

O Ano Novo começa, e com ele as famosas resoluções de Ano Novo, que geralmente não são cumpridas. Ainda, com as resoluções – muitas no meu caso – eu me fiz um favor: comecei o ano com a música mais brega possível na cabeça. Sim, Roberto Carlos Feelings reina desde o dia primeiro.

Quando isso acontece, eu não vou contra. Baixo a dita cuja, coloco no repeat one e passo o dia ouvindo a mesma música, over and over... E eis que, analisando a letra, percebi que tão brega quanto cantar Roberto Carlos, é perceber como a música cabe direitinho com o que eu estou pensando. E então realizei que meu itunes cerebral tem um setlist inconsciente com busca de palavras-chave baseado nos meus sentimentos. E ele age no modo automático e furtivo, sem eu sequer me dar conta que, quando eu invoco com uma música, um processo complexo porém muito eficiente já aconteceu momentos antes...

E, em vez que eu encanar com Lily Allen, Katy Perry ou até mesmo Pedra Letícia, todos com músicas bem-humoradas pra começar meu ano no Pollyana’s Feelings, eu fui mesmo de Emoções. Parabéns!

E... como partilhar é tudo na vida, vamos começar 2011 com as mesmas emoções sentido: