quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Para um leitor especial...

Malandro é o inglês que não sabe o significado da palavra saudade. Perdem o ônibus na mesma intensidade que sofrem por um amor perdido. Já escrevi sobre saudade e como as redes sociais mascaram um sentimento de perda. Mas uma coisa é a saudade de quem partiu, outra é perder alguém que se ama... pra outra pessoa.

E aí lá vem o Facebook mostrar mais um casal feliz que se intitula “para sempre”. E o novo consorte, que coitado nada tem a ver com as juras alheias de amor infinito que foram em vão, é instantaneamente odiado pelo ex e seus relativos.

E quem nunca esteve no papel acima que atire a primeira pedra... Eu, na minha primeira vivência, era o ser mais evoluído do mundo, que “rezava todas as noites desejando a felicidade dele”. Mas, mesmo mais de ano depois do término, vi uma foto de casal e instantaneamente um buraco se abriu na boca do estomago, causando um vácuo e uma certa sensação de não sentir mais os pés pisando no chão. A segunda, não foi bem um namoro, mas um excelente “prospect” que eu deliberadamente abri mão. Ve-lo com outra me trouxe de volta ao vácuo. Outras ocorreram, e certamente o oposto também ocorreu, mas alguém quer falar sobre ver o casal enquanto AINDA há um sentimento reprimido? Dói né? E não importa a idade.

Às vezes dá até vontade de nunca ter vivido aquele sentimento, nunca ter conhecido, nunca ter se envolvido. Dá vontade de bater a cabeça no canto certinho do cérebro onde todas as lembranças recentemente vividas são armazenadas. Mas quando passa – leia-se quando se conhece um novo amor que será maior que o anterior – tudo que fica são as boas lembranças, ou apenas lembranças.

E não adianta tentar reviver o mesmo, o novo de novo. O que passou passou, fomos felizes enquanto casal mas se acabou, algo não estava encaixando. Também não adianta dizer que está tudo bem. Cada dia é um dia, e cada história uma história. Um sentimento só vale a pena se for recíproco. Se for unilateral não é perda, é inveja. E a gente só tem a autorização divina de ter inveja daquilo que podemos ter, o que então denominamos exemplo, perseverança, meta, ambição.

A vida anda, e anda rápido. Quem ainda é jovem tem a sensação que a vida vai durar só mais dois anos e quer resolver tudo agora. Não é bem assim... a gente nem sabe onde está guardado o nosso. Uma cartomante (sim, uma cartomante, juro que faz tempo) me disse que o “meu” nem morava no Brasil. Mas ela também disse que eu receberia uma grana em novembro passado, que ainda não veio... Isso só exemplifica o que eu quero hoje: (me) provar que a gente não sabe de nada da vida. Não sabemos onde vai dar tudo isso, em que vai dar. Uma relação com uma pessoa sempre traz frutos, mas muitas vezes não são o que tínhamos em mente quando a conhecemos. Pode ser uma linda amizade, pode ser um futuro casamento, nosso ou de amigos em comum, pode ser uma parceria comercial. Pode ser uma inimizade ou... PODE NÃO SER NADA. Só lição de que na vida nem tudo é escrito a caneta...

E que não precisa de tanto para ser apagado ou esquecido, é só querer – e parar de fuçar no Facebook.

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