segunda-feira, 18 de abril de 2011

E pra não dizer que eu não falei de flores...

Esse dias acordei com uma lembrança na cabeça.

Lembrei de flores. De lírios mais precisamente. Há algum tempo recebi uma agradável surpresa. Uma caixa branca, bem embalada, com um conteúdo extasiante. Dois lírios, cor-de-rosa, abertos, vívidos. Perfumados. Um perfume que inebriava, que alcançou todos os cantos do então escritório. Não havia remetente, e não saber quem havia me enviado tal presente encheu meu coração de esperança.

Depositei no “Lírio” – como eu o chamava - todo meu amor, tudo aquilo que eu tinha pra dividir, compartilhar. Cuidava das flores com zelo, conversava com elas. De tempos em tempos, parava meu trabalho no computador e apenas as observava, suspirava por vezes. E então, me aproximava e sentia o perfume que exalava, tão forte, tão doce. Por dias seguidos, tinha a ponta do nariz manchada pelo pólen, e isso me fazia feliz.

Por dias então, pude dar meu amor recebendo nada além do doce perfume da flor em troca, e isso me bastava. Porque era puro, era verdadeiro, era natural. Porque o Lírio entendia o que eu queria, dava o que eu precisava. O Lírio preenchia um vazio no meu peito, me dava esperança que tudo ficaria bem.

O Lírio partiu, mas não sem antes me dizer que todo aquele amor que eu tinha guardado em mim não era em vão. E lírios sempre têm razão.

Lembrar do Lírio me faz amar. Me faz entender meu amor guardado, me faz acalma-lo, aquiesce-lo. E sorrir.

E eu que achava que gostava mesmo era de rosas.

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