segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ao fulano, e sem mais.

Às vezes, precisamos desabafar, seja com o cachorro ou gato, no colo da mãe, do namorado ou da melhor amiga, ou seja apenas escrevendo, traduzindo o som do “tectec” do teclado por toda uma mágoa, desespero ou apenas uma dúvida ressentida. Às vezes é segredo, às vezes uma indireta, às vezes uma carta endereçada. Por isso, desabafos com nome e sobrenome, facebook e twitter não devem ser divulgados. Ou não deveriam. Mas quem tá aqui, quem lê, quem digita aquele endereço ali na barra do navegador, tem de alguma forma algum interesse na minha vida, então quer saber.

E quer saber?

Blah. Página virada, sim, move on. Gostava pracaralho, mas... paciência. Passou muito tempo e se eu fosse de fato importante na vida de fulano, isso já teria passado. Queria só um desfecho, e tivemos. Quando eu me abri, me mostrei e tentei de novo uma aproximação, sabia que existia a possibilidade do sim e do não.

Sério, se é importante pra fulano, que viva em sua insignificância! Eu não tenho máscaras, não me escondo em palavras, feias ou bonitas. Se me incomoda eu falo, escrevo, mando email, choro, mostro todas minhas armas e falhas. E se necessário, peço desculpas pra quem é importante pra mim.

Durante todo este tempo, me remoía em pensar que, pela primeira vez eu teria decepcionado um amigo, que é a coisa mais importante que eu tenho na vida. O que eu sentia era remorso. Hoje eu sinto pena. Porque fulano escolheu isso, escolheu se fechar e se afastar, viver no amargor e achar que é feliz na jaula de sentimentos onde vive.
Então, eu não tenho mais nada a fazer. Eu fui até onde deu. E minha consciência está leve, não posso me culpar por algo que eu sequer sei o que é. E me livro desta culpa sem qualquer pudor, porque eu quis melhorar, quis saber o que fiz ou não fiz, quis ser importante assim como fulano foi pra mim. Mas fulano tem suas próprias escolhas, e cada escolha uma renúncia.

Amigos vem e, infelizmente, vão. Faz parte da vida, e cabe a nós deixar nossa marca em cada um. Cabe a nós fazer desta marca uma coisa boa, mas isso depende da receptividade, da recíproca. E não queira me disciplinar, não queira ser melhor que eu em palavras. Seja em atitudes. Quem quer ser o professor da vida tem que ter didática. Aluno nenhum aprende com achismos, com conclusões próprias ou análises de consciência. Até porque, cada um tem o seu padrão de certo e errado, seu senso e seus próprios limites e limitações. Cabe aos relativos, àqueles que se importam e estão por perto, instruir e equilibrar este senso próprio com o senso comum.

E, quer saber... fulano foi importante sim, mas tinha sombra demais. Tinha preto demais, tinha mágoa demais. Eu aprendi com sua excelente convivência – porque eu sou o copo meio cheio – a ser menino, mas não quis deixar de ser menina. Aprendi a ser over, mas não quis deixar ter meu brilho. E principalmente aprendi a respeitar a diferença entre as pessoas. Por isso fulano, vá com Deus, segue teu caminho com sua felicidade única. E quem sabe um dia então, e sem crédito nenhum, só então, você enxergue que a vida tem muito mais cor que sua esmera caixa de 12 cores.

Ah, e fulano, se estas palavras algum dia passaram por seus olhos, quem dá o conselho final agora sou eu: quem desdenha quer comprar. Talvez minha marca na sua vida seja mais forte do você mesmo pode admitir.

E esta soberba em minhas palavras, obrigada, você me ensinou, levo para vida. 

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