sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ressaca


E não falo de ressaca de álcool. Aquela, que não interessa quão forte seja, não te faz parar de beber. No máximo, você aprende que um copo d'agua entre os drinks de whisky e energético tiram pelo menos a dor de cabeça do dia seguinte.

Não falo da ressaca do mar, que limita a faixa de areia a menos de meio metro em uma praia paradisíaca, fazendo com que a profunda conversa entre recentes amigos no por-do-sol seja constantemente interrompida pela busca das havaianas flutuantes.

Ressaca moral, de comportamentos duvidosos de alter-egos criados para tal. Catarina tem se comportado muito melhor do que eu esperava.

Ressaca emocional, de agir como uma criança que lhe roubam o doce mais divertido e colorido no meio de um parque de diversões - leia-se chorar inconsoladamente numa das melhores festas, e mais caras.

Ressaca física, de dançar de salto, até o chão, no palco, em cima da mesa. Correr por aí, em festas, shows e festivais, subir nos ombros, carregar nos ombros, rir de doer a barriga.

Falo da ressaca de vida.

Porque viver cansa. Viver intensamente, aproveitar todas as oportunidades, se entregar à diversão sem limites e curtir como se não houvesse amanhã... tudo isso cansa demais. Mas como qualquer ressaca, nada impede de fazer tudo de novo.

Fui guerreira com estilo. Foram 6 dias de festa, em trios elétricos, camarotes, abadás, arrastão, tênis sujo de barro, vontade de fazer xixi, cerveja mais barata do que água, amigos e mais amigos taxistas, fitas de Senhor do Bonfim, flores, tranças, frases e refrões, e suor, muito suor. Foram os dias mais esperados, um sonho de adolescente realizado, estar na casa daqueles que embalaram trios, micaretas, festas de faculdade, churrascos sem carne. E melhor, reunir tantos amigos diferentes em uma mesma viagem. 

Ressaca de vida, de alegria, de realização, de felicidade. Ressaca de acompanhar as voltas que a vida dá.

Esta ressaca que não passa, e que nem eu quero que passe. Tão cedo.

Digo que valeu!

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